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Quando anteontem revi o “Segredo de BrokeBack Mountain”, em DVD, compreendi que o conto de Annie Proulx que deu origem ao filme não podia continua à espera na prateleira.
Aproveito para dizer que o conto não é o meu género literário favorito, pelo simples motivo de que é, normalmente, tão curto que não me dá tempo para apaixonar nem pela história nem pelas personagens, também elas sem tempo para crescerem, maturarem e se entrelaçarem no mundo de quem lê. Mas, adiante!
Li o “Segredo de Brokeback Mountain” de Annie Proulx de um trago, embriagada por uma das mais comoventes histórias que li em toda a minha vida, uma pérola da literatura assente em quatro pilares: Ennis del Mar, Jack Twist, as paisagens inebriantes do Wyoming e o Preconceito.
Letra capital, para todos eles: Ennis e o sua crueza, Jack e a sua paixão, o Wyoming inóspito e rural e o Preconceito, talvez o maior dos protagonistas desta história.
Letra Capital também para a Escritora, Annie Proulx, que tortura o leitor com a agonizante narrativa de um amor impossível, entrincheirado em preconceitos de uma sociedade que permitiu que ele apenas pudesse ser vivido escondido durante 20 anos e sobrevivido por tantos quantos Ennis vivesse.Num parágrafo, ainda no início do conto, pode ler-se:
“Jack, in his dark camp, saw Ennis as night fire, a red spark on the huge black mass of mountain”.
Ainda o amor não tinha sido descoberto e muito menos experimentado pelos dois personagens e já se antevia a sua definição: uma labareda vermelha no meio do negrume envolvente, a única coisa que brilha e se distingue na paisagem escalavrada da vida.
Noutro parágrafo, Annie Proulx transforma a expressão “alcançar a lua” e reescreve-a como um vaqueiro o faria:
“Ennis (...) felt he could paw the white out of the moon”.
É por estas e outras frases extraordinárias, que eu recomendo a leitura deste conto, que não fazendo parte do meu género literário favorito, é com toda a certeza o Meu Conto Favorito.
“If you can’t fix it, you got a stand it”.
Fotos do Wyoming e da Capa do Livro.

Nunca um realizador captou tão bem como Ang Lee a completude de um amor tão absoluto, tenha ele sido entre dois homens ou entre um homem e uma mulher, nem tão pouco expressado tão eficazmente a agonia perante as circunstâncias desse amor como neste “Segredo de Brokeback Mountain”. Valeu-lhe o Óscar, totalmente merecido, na minha opinião.
Heath Ledger e Jake Gyllenhaal, encarnam, respectivamente, Ennis del Mar e Jack Twist, dois cowboys ensimesmados, brutos e à procura de melhores condições de vida que se apaixonam. Os dois actores revelam desempenhos brilhantes, olhares e gestos como modo de articular o amor que os seus personagens sentem um pelo outro, fugindo às palavras que lhes transformam o medo do que sentem e daquilo que sentem ser descoberto num pavor corpóreo.
Duas cenas favoritas: a cena do reencontro de Ennis e Jack, passados 4 anos desde Brokeback, o beijo que parece carregado electricamente e a cena em que Michelle Adams que encarna Alma, a mulher de Ennis, desenterra de si mesma a amargura guardada durante os últimos anos do casamento: “ Jack Twist? Jack Nasty. You and him...”
No fim, o branco, o azul e o verde de um postal revolteado por entre os dedos, duas camisas, uma por dentro da outra, como duas peles, uma guardada e protegida pela outra. Eu com um peso angustiante, no peito. Tremendo, sufocante.
Fotos daqui.

Pela Estrada Fora!

Uma pequena "escapadela" do tema principal deste blog para fazer uma pequena homenagem a todos aqueles que andam pela estradas de Portugal a espalhar o conhecimento pelas escolas deste País!

Bonne Chance Chère Mizar!

Livros

Pega Nele.
Mira a capa. Vira e Revira para ver a contra-capa e a lombada. Passa os dedos suavemente pela capa, como que a acariciar um objecto religioso.
Abre-o.
Começa a ler as primeiras páginas. Vê o nome do autor, os agradecimentos, a edição e o nome na lingua original.
Cheira as páginas.
Inala com os olhos fechados o aroma a livro novo. Um cheiro diferente de livro para livro, mas no entanto tão igual, tão cativante. Um cheiro a papel e cola capaz de evocar aventuras e lágrimas, personagens e lugares, autores e situações.
Continua a folhear.
Capitulo um, ou Prólogo, ou citações.
Independentemente do modo como começa, as primeiras linhas atraem o leitor como um iman. Lembram-lhe o que passou e incitam-no a saber o que virá.
A leitura é a essência que nos preenche a alma, que nos conforta o coração e que nos transporta para outros mundos, épocas ou situações.
Ler não é apenas passar o tempo.
É amar, sentir, odiar, chorar com as personagens, viver o que eles vivem, até chegar à palavra "Fim" para ficar com pena de ter terminado.
Apesar de tudo terminar um livro pode ser um alívio ou uma tristeza. Mas todos eles deixam algo em nós, e com todos crescemos mais um bocadinho.
Receber um novo livro é isto.
É um "novo começar" que se repete. É um ciclo que se inicia não do zero, mas como continuação do anterior.
É abraçar a diversidade e ultrapassar barreiras.
É rir, chorar, amar.
É conhecer o mundo, que por vezes parece tão inacessível.
No fundo, é viver.
Fecha o livro e ao pousá-lo na prateleira, sorri. Ao virar as costas, caminhando agora mais seguro de si pensa: - Este valeu a pena!

A Continuação!!!

«É véspera de Natal, e um manto branco cobre uma vez mais, o Central Park. Tonalidades gélidas, imaculadas, reflectem-se em toda a paisagem: só a nudez inerte do corpo jovem, feminino, estranhamente encostado à fonte, empresta uma nota sinistra, dissonante, ao cenário. Quando Kay Scarpetta, médica legista chefe da Virgínia e consultora do FBI, chega ao local, todas as dúvidas se dissipam, a assinatura do crime é clara – Temple Gault voltou a matar.

É o regresso de um dos mais tenebrosos psicopatas dos EUA, tão sádico quanto brilhantemente inteligente, e é também, para Scarpetta, o regresso do pior de todos os pesadelos. Ao longo daquela que irá ser a investigação mais aterradora da sua carreira, Scarpetta sente a presença malévola e electrizante do assassino que, inexoravelmente, se vai aproximando da sua última presa – ela própria.

Num clímax de acção e suspense, capaz de pôr à prova os nervos dos já veteranos na leitura de policiais, dá-se, finalmente, o encontro dramático nos subterrâneos do metropolitano Nova-Iorquino.

Um thriller tense, tocante, com um enredo magnífico, habitado por personagens tão brilhantes quanto consumidas, tão tenazes quanto vulneráveis.

O Cemitérios dos Sem Nome vem comprovar o que já não precisa de ser comprovado – que Patrícia Cornwell é uma das escritoras de ficção mais talentosas do presente.» Fonte: Contra-capa do livro “Cemitério dos Sem Nome” de Patricia Cornwell, Editorial Presença

Preconceito

Preconceito é um "conceito formado antecipadamente" (Priberam), o que implica chegar a um julgamento sem tentar compreender os verdadeiros fundamentos da questão, ou sem mesmo ter experiência directa sobre a situação.
Se não for Preconceito, não sei o que chamar a isto:

http://news.bbc.co.uk/2/hi/entertainment/1735623.stm
Ou a isto:
«Alguns grupos cristãos extremistas nos Estados Unidos da América, acusaram a série de promover bruxaria e satanismo. Segundo Paul Hetrick (porta-voz do Focus on the Family, um grupo cristão norte-americano), "Ela contém algumas lições poderosas e valiosas sobre o amor e a coragem e a vitória final do bem sobre o mal, no entanto, as mensagens positivas são embaladas num meio de bruxaria, que é directamente denunciada nas Escrituras". » Fonte: Wikipédia
Para além de tudo isto, enquanto série, está em 7º lugar nos livros mais banidos das bibliotecas!
E eu a pensar que as bibliotecas eram sitios de conhecimento, desenvolvimento e inovação!
Bem, talvez soubesse que nome devia dar a "isto", mas este é um blog sério!
Varinhas e Sapos para todos!

Orgulho

Numa tarde em que passava apontamentos das aulas, liguei a televisão. Percorrendo todos os canais, como habito, dei de caras com uma série fantástica, no People and Arts: Orgulho e Preconceito, da BBC.
Claro que na altura não sabia o que era, só posso dizer que fiquei imediatamente apaixonada pelas personagens (especialmente pelo Colin Firth!) e não descansei enquanto não descobri de que história se tratava.
Não era outro senão o Orgulho e Preconceito.... imediatamente comprei o livro. Não podia esperar vários dias pelo desfecho da história!!! E foi assim , de um só fôlego que o li, desfiando as páginas e entranhando a história, amando e odiando as personagens, chorando e rindo com elas percorrendo uma Inglaterra tão diferente da dos dias que correm!
Orgulho e Preconceito, de Jane Austen é um livro simples. Tão simples que quando acabamos de o ler ficamos a pensar como é possível a beleza ser assim tão pura e singela.
As personagens não flutuam, simplesmente pairam, mas ao contrário das personagens fracas, que flutuam até desaparecer da nossa memória, estas permanecem e crescem e transformam-se em algo mágico. Muito mais que personagens, passam a ser os nossos companheiros e a razão dos nossos sonhos. Apesar da palavra fim, a história avança, até os vermos à lareira, em Pemberley, rodeados de netos, mas sempre com aquele olhar mágico, e iluminados por aquela aura brilhante que os envolve.
Jane Austen não se limitou a escrever uma história de amor. Escreveu um livro tão real que ainda hoje é actual, pois estamos rodeados de orgulhos e preconceitos, de altivez e teimosia, de encanto e mal-entendidos que condicionam relações e decidem vidas futuras.
Este é um daqueles livros que lemos um milhão de vezes, sempre a descobrir algo novo de cada vez e sempre a temer que a História decida pregar-nos uma partida, separando aqueles que tão intimamente queremos unir.


" «Um dia li um livro e toda a minha vida mudou.» Osman, um jovem universitário de Istambul, descreve assim o assombro da sua iniciação à idade adulta. Obcecado com este livro mágico, que lhe parece mostrar a sua própria vida num outro universo, Osman lê-o com fervor, noite após noite, e apaixona-se por uma lindíssima jovem, Janan. Este livro promete revelações luminosas e terríveis, para além da compreensão de Osman. Movido por um impulso incontrolável, o jovem abandona tudo, para reencontrar a sua amada e descobrir os segredos mais obscuros que o livro encerra, viajando de autocarro em autocarro, até ao coração inóspito da Turquia rural. Num país suspenso entre o Oriente e o Ocidente, as personagens deste livro vivem aventuras quase míticas numa demanda que reflecte com talento a visão do mundo do autor."Fonte: Editorial Presença

"Nas escadarias do Museu Egípcio, em pleno Cairo, Tomás Noronha foi abordado por uma desconhecida. Chamava-se Ariana Pakravan, era iraniana e trazia consigo a cópia de um documento inédito, um velho manuscrito com um título e um poema enigmático.
DIE GOTTESFORMEL
Terra if fin
De terrors tight
Sabbath fore
Christ nite
O inesperado encontro lançou Tomás numa estranha aventura, colocando-o na rota da crise nuclear com o Irão e da mais importante descoberta efectuada por Albert Einstein, um achado que nos leva a penetrar no maior mistério da História:
A prova científica da existência de Deus.
Uma história de amor, uma intriga de traição, uma perseguição implacável, uma busca espiritual que nos leva à mais espantosa revelação mística de todos os tempos.
Baseada nas últimas e mais avançadas descobertas científicas nos campos da física, da cosmologia e da matemática, A Fórmula de Deus transporta-nos, numa espécie de percurso iniciático, numa empolgante e primordial viagem até às origens do tempo, à essência do universo e ao sentido da vida."
Fonte: Gradiva

Não Resisti!!!!

Em conversa com Mizar saltou a expressão: "Valha-me Nossa Senhora dos Livros!"

Ahahahahahahah

Criamos uma nova religião!

Cometas e Estrelas Cadentes para todos!


E aqui tem mais!
Eu comprei este na Fnac!


Este Natal...

...Ofereceram-me:
. O Fiel Jardineiro, de John LeCarré
. A Vida Nova, de Orhan Pamuk
. Memórias de Uma Gueixa, Arthur Golden

... Ofereci:
. O Retrado de Dorian Gray, Oscar Wilde
. Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway

Boas Leituras!!!

Tardei, é certo, mas li o CODEX 632, vulgarmente conhecido neste blog por “Mais olhos que barriga”. Com uma certeza fiquei: eu, que não sabia que era possível gostar de algo que ao mesmo tempo se detesta, aparentemente, consegui-o. Cheguei ao fim (parem aqui os que não leram o livro e ainda vão ler) comovida com a morte da Margarida e com a cadência dócil da escrita de José Rodrigues dos Santos ao descrever os sentimentos de Tomás, nesse momento – a página alta do livro, na minha opinião – e ao mesmo tempo profundamente desagradada com a verdadeira obsessão do livro que não é, desenganem-se, Cristóvão Colombo, mas sim o leite materno.
E sim, eu sei que muito já foi dito e escrito sobre este assunto, mas não posso deixar de demonstrar o meu desagrado, quiçá desconforto, quando vejo (leia-se leio) o leite materno ou a mama a parecer rebentar de leite, ou a pele láctea, ou o leite da mama na sopa, ou até a palavra "ordenhar" como símbolos eróticos quando de erótico volto a dizer, na minha opinião, tem muito pouco ou talvez nada.
Para além disto, fugiu-me à compreensão como é que um Professor Doutor (por extenso) de História (Tomás!!!) dizia à mulher, artista plástica (Constança!?!), que a filha a comer daquele modo iria levá-los à miséria (era pão com manteiga, não eram ovas de estrujão)... Miséria... Eles – e não me julguem snob –, com nomes que parecem saídos de uma qualquer mansão senhorial onde todos se chamariam Bernardos, Afonsos, Dinis e Beneditas...
À parte disto e escusando-me de comentários referentes ao tema JRS/Mascarenhas Barreto, que já muito foi dissecado em detrimento apenas da magnífica urdidura em torno do “Cubense Colombo”, digo apenas que um romance é um romance. E um romance é ficção e entretenimento e não podemos levá-lo mais a sério do que o valor que ele encerra em si mesmo como – voltamos ao mesmo – obra de ficção.
Eu gostei e não gostei.
Estrelas cadentes, meus amigos!
LM

A imagem é daqui.

Com o devido respeito a este Blog e aos Caríssimos que nos seguem atentamente, revelou-se necessário efectuar uma pequena correcção a um dos Posts aqui presentes.

A partir deste momento, o Post com o nome "Codex 632" vai passar a chamar-se: "Mais Olhos que Barriga" em honra das palavras ditas pelo Exmo. Sr. Doutor José Rodrigues dos Santos quando lhe perguntaram se não se sentia incomodado por o Codex ser muitas vezes comparado ao Código Da Vinci:

"Nada incomodado. "O Codex 632" tem semelhanças e diferenças, quando comparado com "O Código Da Vinci". Mas só lendo é que se percebem ambas. Uma coisa, no entanto, garanto: a parte histórica do meu romance é rigorosa e não tenho a certeza de que se possa dizer o mesmo do livro de Dan Brown. Por outro lado, achei muito pobre o fim de "O Código Da Vinci" e julgo que "O Codex 632" é, a esse respeito, mais forte. Mas é um facto que são ambos romances de mistério histórico e ambos usam criptogramas como motores da narrativa - uma técnica que, é bom sublinhar, não é de Dan Brown, mas de Edgar Allan Poe."

O Quinto!

"Black Mountain, na Carolina do Norte, é uma cidade tranquila onde as pessoas ainda mal se habituaram à ideia de trancar as portas à noite. No entanto, essa pequena comunidade sofre um choque tremendo ao ser descoberto o corpo de uma rapariguinha de onze anos. Temple Gault é o principal suspeito, pela coincidência de certos procedimentos na forma de matar. Mas Kay Scarpetta descobre indícios contraditórios, no decurso das suas pesquisas. E só "A Quinta dos Cadáveres", onde uma equipa investiga a decomposição de corpos em diversas circunstâncias, pode fornecer-lhe os dados de que necessita para descobrir não só como morreu a pequena Emily, mas onde. Será uma luta em que algo terrível se aperta em torno dela num cerco cada vez mais ameaçador, incriminando inclusive a jovem sobrinha de Scarpetta, que agora trabalha num projecto ligado ao FBI." A Quinta dos Cadáveres, Editorial Presença
Neste quinto livro, Cornwell coloca as personagens a um nível superior, levando-as por caminhos que julgavamos impossíveis e criando cenários inimagináveis. Mesmo a geração do CSI encontrará amplas razões para ler este livro.
Imperdível!

Cruel e Invulgar


"Marino passou um sinal vermelho e rumou para leste. Com os quatro piscas ligados mais a luz do tejadilho a rodopiar no Ford LTD branco. Mensagens em código estalejavam no rádio enquanto eu imaginava Susan enroscada na cadeira de baloiço, o roupão turco bem apertado contra o corpo resguardando-a de um frio que nada tinha a ver com a temperatura ambiente.
Toda eu tremia e parecia que o ar me faltava. O coração latejava-me com força na garganta." Cruel e Invulgar, Editorial Presença

E é com este novo romance que Patricia Cornwell nos dá a conhecer o assassino que a ser real seria um dos mais engenhosos, cruéis, e aterrorizadores de sempre.

Um livro que a critica considerou um novo pico atingido na carreira literária de uma autora já considerada uma das maiores no panorama do novissimo policial.

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