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Terminei a leitura do Livro A Catedral do Mar e não posso deixar de sorrir. E digo isto porque há livros que têm uma capacidade imensa de nos transportar para o mundo que descrevem. Fazem-nos viver a história intensamente, as personagens passam a ocupar um lugar no nosso coração, e deixam uma pena imensa quando terminam. Porque a palavra Fim nem sempre é um alívio nem uma libertação, A Catedral do Mar mostra-nos isso mesmo.

O livro terminou, e ainda não consegui pegar noutro. Ainda estou presa na Barcelona do século XIV, ainda imagino as ruas e o burburinho do movimento, as pedras a serem transportadas e o esforço dos homens. Vejo a imponente Igreja de Santa Maria del Mar, apesar de nunca ter ido a Barcelona. A Igreja construída pelo povo, para o povo, imaginada pelo grande arquitecto Berenguer de Montagut e um dos melhores exemplos de templos góticos espanhóis.
A acção decorre entre os anos de 1320 e 1384. São várias as histórias que se desenrolam nas suas páginas mas sempre da perspectiva de Arnau Estanyol. Filho de Bernat Estanyol e Francesca, conhecemos logo nas páginas iniciais a vida de uma família rural, controlada pelo peso do Senhor Feudal. Francesca, é vitima do Direito de Prima Nocte (no qual o senhor feudal tinha o direito de dormir com a noiva na sua noite de núpcias, direito este que hoje é contestado por alguns historiadores) e uma série de circunstâncias (que não revelo, para não retirar a expectativa de quem desejar ler o livro!) levam Bernat a refugiar-se em Barcelona, cidade que por decreto do rei permitia a conquista da liberdade ao fim de uma ano e um dia de trabalho.
Acolhidos pelos Puig, a irmã e cunhado de Bernat, este e o filho ficam na oficina de olaria. Enquanto o primeiro trabalha para conquistar a liberdade, Arnau estuda, brinca e a sua atenção fica presa em Santa Maria del Mar por causa da Virgem del Mar, a quem Arnau conta as suas aventuras, medos e receios.
Esta é assim a história de Arnau. Desde criança pobre e curiosa, a homem de sucesso, ao qual é levantada uma calúnia que o entrega às mãos da inquisição. A sua vida liga-se incondicionalmente à construção da Igreja de Santa Maria del Mar, que vamos acompanhando desde a colocação da primeira pedra-chave, até à sua conclusão em 1384.
Uma história apaixonante, que nos transporta para um mundo de opressão, medo, fome, e no entanto mostra que a força da liberdade, a integridade, a vontade se viver apesar de todas as contradições e o amor são os valores que deviam guiar as nossas vidas. O único senão é mesmo a palavra Fim.
Boas Leituras!

(Con)Textos V

Porque no passado dia 26 de Março foi o Dia do Livro Português (muito bem lembrado por uma das nossas visitantes, Tons de Azul) e a Constelação não podia passar ao lado desta oportunidade, aqui fica uma pequenina homenagem (tardia, mas sempre a tempo!) a Eça de Queirós (sem qualquer menosprezo pelos outros grandes escritores que temos neste País!).

«Só quando crescemos, e da animalidade penetramos na humanidade, é que desponta em nós esse fermento da tristeza por muito tempo indesenvolvido no tumulto das primeiras curiosidades, e que depois alastra-nos, invade-nos todo, torna-se consubstancial como o sangue das nossas veias. Miséria do corpo, tormento da vontade, fastio da inteligência, amargura das desilusões, o orgulho chocando com os obstáculos. Eis a tristeza meu amigo!»

Dia Mundial do Teatro

O Teatro nasceu em Atenas, associado ao culto de Dionísio, deus do vinho e das festividades. As representações teatrais tinham lugar em recintos ao ar livre, construídos para o efeito. Os teatros gregos tinham tão boas condiçõesque os espectadores podiam ouvir e ver, à distância, tudo o que se passava na cena, mesmo tratando-se de uma assistência muito numerosa. O que permitia isto era o facto de as bancadas se abrirem em leque sobre a encosta de uma colina e a diversos artifícios utilizados em cena.Os actores usavam trajes de cores vivas e sapatos muito altos para ficarem com uma estatura imponente. Cobriam o rosto com máscaras que serviam quer para ampliar o som da voz, quer para tornar mais visível à distância, a expressão do personagem. Fonte

Foi em Helsínquia e depois em Viena, durante o 9o Congresso Mundial do Instituto Internacional, em 1961, que o então Presidente Arvi Kivimaa propôs que fosse criado o Dia Mundial do Teatro.Assim, desde 1962, todos os dias 27 de Março (data de abertura da estação teatral do "Teatro das Nações", em Paris), o Dia Mundial do Teatro tem sido celebrado pelos quase 100 Centros Nacionais daquele Instituto de todo o mundo e por outros membros da comunidade teatral mundial.Todos os anos, uma personalidade do mundo do teatro ou das artes (o primeiro foi Jean Cocteau, em 1962) é convidada a partilhar as suas reflexões sobre o tema teatro, através duma mensagem traduzida em mais de vinte línguas e lida perante milhares de espectadores antes do espectáculo da noite nos teatros do mundo inteiro. Fonte

O teatro mais Antigo de Lisboa é o Teatro Nacional de São Carlos, inaugurado em 1793, e mandado construir por um grupo de homens de negócios, de entre os quais se destacava Joaquim Pedro Quintella, pai do 1o Conde de Farrobo, grande benemérito e empresário teatral. O Teatro Nacional D. Maria II foi, por sua vez, inaugurado em 1846, tendo sido construído por iniciativa de Almeida Garrett.


O Teatro Nacional São João (TNSJ) está localizado na Praça da Batalha, cidade do Porto.
Denominado originalmente Real Teatro de São João, o edifício primitivo foi mandado construir por Francisco de Almada e Mendonça em 1794 e projectado pelo arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi. Foi inaugurado com a comédia "A Vivandeira" a 13 de Maio de 1798, com o intuito de assinalar os anos do príncipe regente, motivo este que, nos primeiros tempos, ainda deram o nome de Teatro do Príncipe ao referido teatro. Fonte

Hoje multiplicam-se as comemorações ao Dia Mundial do Teatro, sendo possível visitar os edifícios e assistir a peças gratuitamente.

Mais uma vez Espanha!

"Século XVI. A cidade de Barcelona vive a sua época de maior prosperidade; cresceu em direcção a Ribera, o bairro dos pescadores, cujos habitantes decidem construir, com o dinheiro de uns e o esforço de outros, o maior templo mariano jamais visto: Santa Maria del Mar.
Paralelamente a esta construção desenrolam-se as atribulações de Bernat, um servo da gleba que foge dos abusos do senhor feudal, levando o seu filho Arnau, e se refugia em Barcelona como um homem livre.
O jovem Arnau trabalha como palafreneiro, estivador, soldado e cambista. Uma vida extenuante, sempre amparada pela Catedral do Mar, que o transporta da miséria à riqueza. A posição privilegiada que alcança desencadeia a inveja dos seus pares, que urdem uma sórdida conjura que o coloca nas mãos da inquisição..." Contracapa do Livro A Catedral do Mar de Ildefonso Falcones

«Quando viu os dois peões carregados com a pedra, Arnau aproximou-se deles. Encurvou-se e retesou todos os músculos do seu corpo. Todos os presentes ficaram em silêncio. Os peões soltaram a pedra com suavidade e ajudaram-no a colocar as mãos nela. Ao sentir o peso, encurvou-se um pouco mais e as pedras dobraram-se-lhe. Arnau cerrou os dentes e fechou os olhos. "Para cima!", pareceu-lhe ouvir. Ninguém tinha dito nada, mas todos o tinham gritado em silêncio, ao verem as pernas do rapaz. Para cima, Para cima! Arnau ergueu-se sob o peso. Muitos suspiraram de alívio. Conseguiria andar? Arnau esperou, ainda de olhos fechados. Conseguiria andar.
Avançou um pé. O próprio peso da pedra obrigou-o a mover o outro, e depois de novo o primeiro...e de novo o segundo. Se parasse, a pedra fá-lo-ia cair de bruços.
Ramon inspirou pelo nariz e levou as mãos aos olhos.
-Ânimo rapaz! - ouviu-se gritar um dos arrieiros que esperavam.
-Vamos, Valente!
-Tu consegues!
-Por Santa Maria!»



Uma Catedral construída pelo povo e para o povo na Barcelona medieval é o cenário de uma apaixonante história de intriga, violência e paixão.

A imagem do livro foi retirada do site do Círculo de Leitores, que disponibiliza ainda o primeiro capítulo do livro, que aconselhamos, para abrir o apetite à leitura!
As imagens da Catedral foram retiradas deste blog.

A Constelação lembra um dos Poetas que mais prezava o amor à Natureza e à liberdade de existirmos sem preocupações, sem pressas e sem restrições.

"Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
Alberto Caeiro

Para Rever Sevilha!


«É Semana Santa em Sevilha, a semana da Páscoa de paixão e procissões. Um empresário de renome é encontrado atado, amordaçado e morto em frete da sua televisão. As feridas auto-infligidas deixam perceber a luta que travou para evitar o horror das imagens que foi forçado a ver. Quando confrontado com esta macabra cena, o habitual desapaixonado detective de homicídios Javier Falcón sente um medo inexplicável. O que poderia ser tão terrível?
A investigação da vida turbulenta da vítima arrasta Falcón através do seu passado e dos misteriosos diários do seu falecido pai, um artista mundialmente conhecido. Revelações dolorosas agitam a memória de Fálcon e mais assassínios ocorrem, impelindo-o para a revelação terrífica da verdade. E ele compreende que não se trata só da caça ao assassino que tudo vê, que conhece as vidas secretas das suas vítimas, mas também da procura da sua alma perdida.»
Sinopse

Comprado no “Mercado dos Livros em Saldo”, este livro revelou-se um achado maravilhoso.

Este é um livro de dois homens à procura de uma revelação. Por um lado Falcón, um homem atormentado pelo seu passado, procura descobrir o responsável pelos assassínios que têm ocorrido na cidade enquanto é obrigado a lidar com os seus próprios problemas, medos e obsessões.
Por outro “Sérgio”, o assassino que obriga as suas vítimas a rever situações terríveis (e a nós só nos resta imaginar quais!) e cujas vítimas parecem estar relacionadas com o passado de Falcón.

Resultando no cruzamento de múltiplas vidas, esta história tem tanto de assustadora como de apaixonante. É uma constante descoberta e aprendizagem, uma compreensão das razões e dos porquês que levam alguém a matar e uma justificação da vingança, essa que se “serve fria”!

As finas pistas que vão sendo lançadas ao longo do livro não nos fazem antever o surpreendente final, que revela a simplicidade das razões e a crueza do comportamento humano!
O que se esconde por detrás de uma mente brilhante, nem sempre é aquilo que parece ser!

É um livro capaz de nos agarrar até ao fim, para apenas desejarmos ler mais.

«-Tens de olhar – disse a voz.
Mas ele não era capaz. Era precisamente quem não podia olhar para aquilo, porque ia desencadear uma grande actividade naquela parte do cérebro, a que aparece a vermelho-vivo nas tomografias que se fazem enquanto se dorme, naquele túnel do labirinto do cérebro a que os leigos chamariam da “imaginação desenfreada”. Era uma zona de perigo, que tinha de ser bem fechada, barricada com tudo o que viesse à mão, pregada, acorrentada, fechada a cadeado e atirada a chave ao lago mais profundo. (…)
Não ia olhar. Não era capaz.» parágrafo de inicial do livro


Foi a 10 de Janeiro que comecei a ler "A Vida Nova" de Orhan Pamuk, no entanto estou a encontrar algumas dificuldades em continuar a leitura...
Escrito de modo algo esquizofrénico, o livro fala acerca da procura do sentido da vida, a "vida nova". Algo que podia ser extremamente poético, não fosse o estranho modo de encontrar essa vida. Entre acidentes de autocarro e roubar carteiras, identidades e dinheiro a pessoas falecidas nesses acidentes, torna-se complicado encontrar a poesia e a beleza dessa procura.
Estou a dar uma hipótese ao livro, estou a fazer o esforço para o terminar, para não deixar a mensagem a meio!
Para perceberem do que estou a falar, aqui fica um pequeno excerto (Cuidado! Não é propriamente levezinho!, e o livro está cheio deles!)
«Num autocarro vermelho que intrépido e traidor, se tinha enfaixado nas traseiras de uma camião, vi passageiros da primeira fila arpoados pelas barras de ferro que saíam do reboque. Vi o cadáver de um motorista que tinha lançado o decrépito autocarro num precipício para não esmagar um gato, e que estava muito custoso de desencarcerar. Vi cabeças rebentadas, corpos retalhados, condutores que tinham acolhido com ternura o volante nos intestinos, restos de miolos que tinham explodido como couves-flores, uma orelha sanguinolenta ainda com o brinco, óculos partidos ou ainda intactos, espelhos, intestinos irisados, cuidadosamente espalhados em jornais, dentes, pentes, frutos esmagados, moedas, biberões, sapatos, objectos e coisas vivas, oferecidas voluntariamente em sacrifício.»
É só de mim, ou o senhor escreve de uma maneira poético/macabra!!! É que eu tenho medo de estar a ser injusta!

Charles Dickens

Estreia Segunda-Feira dia 19 às 22:30 no Canal 2, a série da BBC "Bleak House" - Casa Sombria, uma adaptação do romance de Charles Dickens de 1852/52 com o mesmo nome.

Apesar deste ser um blog de livros, já aqui uma vez referi uma série da BBC (Orgulho e Preconceito) que ocupa um lugar muito especial no meu coração, pelo facto de ser uma excelente adaptação do livro de Jane Austen, e volto a insistir nesta matéria simplesmente porque às vezes não apetece ler, mas sim ficar no escuro, enroscadinha no sofá, a apreciar um bom momento de entretenimento!

«"Casa Sombria" é uma excelente série de época que retrata os mais diversos estratos sociais da Inglaterra Vitoriana. Adaptada magistralmente pelo aclamado argumentista Andrew Davies, de um dos mais complexos romances do imortal Charles Dickens, a acção gira em torno do caso Jarndyce vs. Jarndyce, uma disputa de família sobre um testamento que passou pelos tribunais durante gerações. Dois órfãos, Richard Carstone e Ada Clare vão viver para Bleak House com o seu tutor, John Jarndyce. Junto com eles está Esther Summerson, outra criança cuja paternidade é um mistério. Enquanto isso a bela Lady Deadlock vê o seu elegante mundo ficar de pernas para o ar quando o advogado do seu marido, Mr. Tulkinghorn, desvenda um mistério do seu passado começando um terrível jogo do gato e do rato que só termina com a sua destruição.As vidas de Esther e dos dois jovens órfãos, tomam rumos inesperados: Richard e Ada apaixonam-se e o bondoso John Jarndyce fica cada vez mais ligado aos seus companheiros.Contudo, todos eles vão ser tocados pela tragédia, enquanto Mr. Tulkinghorn investiga a história escandalosa de um amor proibido que irá modificar as suas vidas para sempre! » RTP

«Charles John Huffam Dickens 1812/1870), foi o mais popular dos romancistas ingleses da era Vitoriana. A fama dos seus romances tanto durante a sua vida como depois, até aos dias de hoje, pode ser comprovada pelo facto de todos os seus livros continuarem a serem editados. Apesar destes não serem considerados, pelos parâmetros actuais, muito realistas, Dickens contribuiu em grande parte para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa.»

«Em Bleak House, Dickens joga com dezenas de personagens de várias histórias paralelas, e oferece-nos um vasto painel da sociedade inglesa do Século XIX, desde os mais altos círculos da nobreza até as crianças abandonadas que vagueavam pelas ruas sombrias da Londres de então.
Todo esse universo humano gira em torno de um processo judicial que, arrastando-se durante muitos anos, perdeu qualquer sentido e transformou-se, no dizer de um dos personagens, num "monumento ao sistema judicial inglês" - ao que ele tinha de absurdo e desumano.
Vamos encontrar também nestas páginas algumas das criações mais impressionantes da extensa galeria de personagens dickensianos, e alguns dos seus mais emocionantes casos de amor.
Este livro ocupa um lugar de destaque entre os grandes clássicos da arte da narração.»

«Pela magistral combinação das histórias paralelas, que se entrecruzam em determinados momentos para tecer o desenho mais amplo do conjunto do enredo, pela habilidade com que doseia o crescendo dramático, Dickens realiza um romance que os especialistas consideram o mais perfeito de sua extensa obra. Wikipédia

"Casa Sombria" é um libelo contra a corrupção e a ineficiência do sistema jurídico inglês.»

“Bleak House não é com certeza o melhor livro de Dickens, mas é certamente o seu melhor romance!” Gilbert Keith Chesterton

Para uma investigação mais apurada desta série, o site da BBC disponibiliza informações sobre o elenco, as críticas e muitos outros aspectos como por exemplo Quizz Tests sobre a mesma!

No que diz respeito a Charles Dickens, recomendo um site muito engraçado com todas as personagens das obras do autor (mais de 400!!!) e outro com todas as obras do autor (em formato HTML, para os curiosos que queiram dar uma espreitadela ao "Casa Sombria" antes de verem a série!)

A mim só me resta esperar por segunda-feira! Afinal, talvez não seja assim um dia tão mau!
(Mal posso esperar para ver a Gillian Anderson, porque o desempenho dela no filme "A Casa da Felicidade" baseado no livro "The House of Mirth" de Edith Wharton é fantástico!)
Os créditos das imagens pertencem ao já referido site da BBC sobre a série.

Quase que nos esqueciamos deste ABC, que ao contrário do ABC da Literatura no Feminino demorou um bocadinho a aparecer neste Blog! Mas cá está ele: das personagens mais arrebatadoras às mais insignificantes, das mais apaixonantes às mais desprezíveis, e das mais modernas às mais clássicas!

Almásy, Laszlo (O Paciente Inglês, Michael Ondaatje)
Armand Duval (A Dama das Camélias, Alexandre Dumas Filho)

Brandão, Afonso (A Filha do Capitão, José Rodrigues dos Santos)
Bell, Finnegan (Grandes Esperanças, Charles Dickens)

Carlos Eduardo da Maia (Os Maias, Eça de Queirós)

Cal Trask (A Leste do Paraíso, John Steinbeck)
Collins, Mr (Orgulho e Preconceito, Jane Austen)

Delmar, Ennis (O Segredo Brokeback Mountain, Annie Proulx)
Darnell, Larry (O Fio da Navalha, Somerset Maugham)

Edmond Dantes (O Conde de Monte Cristo, Alexandre Dumas)
Edward Ferrars (Sensibilidade e Bom Senso, Jane Austen)
Edgar Drake (O Afiador de Pianos, Daniel Mason)

Fitzwilliam Darcy (Orgulho e Preconceito, Jane Austen)
Florentino Aziza (Amor nos Tempos de Cólera, Gabriel Garcia Márquez)

Guilherme de Baskerville (O Nome da Rosa, Umberto Eco)

Harry Potter (Harry Potter, J.K.Rowling)
Heatclif (O Monte dos Vendavais, Emily Brontë)
Henrik (As Velas Ardem até ao Fim, Sándor Márai)
Holden Caulfield (À Espera no Centeio, J.D.Salinger)
Humbert (Lolita, Vladimir Nabokov)

Jay Gatsby (O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald)

Konrád (As Velas Ardem até ao Fim, Sándor Márai)
Kelvin, Chris (Solaris, Stanislaw Lem)

Lawrence Selden (A Casa da Felicidade, Edith Wharton)
Luis Bernardo Valença (Equador, Miguel Sousa Tavares)

Maurice Bendrix (O Fim da Aventura, Graham Greene)
Michael Berg (O Leitor, Bernhard Schlink)

Newland Archer (A Idade da Inocência, Edith Wharton)

Principezinho (Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry)
Pedro Bala (Os Capitães da Areia, Jorge Amado)

Quayle, Justin (O Fiel Jardineiro, John Le Carré)

Radion Românovitch Raskólnikov (Crime e Castigo, Fiódor Dostoievski)
Robert Kinkaid (As Pontes de County, Robert James Waller)

Sempere, Daniel (A Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafón)

Tom Joad (As vinhas da Ira, John Steinbeck)
Tomas ( A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera)
Twist, Jack (O Segredo Brokeback Mountain, Annie Proulx)

Valjean, Jean (Os Miseráveis, Victor Hugo)

Watanabi, Tom (Norwegian Wood, Haruki Murakami)
Wickam, Mr (Orgulho e Preconceito, Jane Austen)
Winston Smith (1984, George Orwell)

Yury Zhivago (Doutor Jivago, Boris Pasternak)

Zezé (Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcellos)
Zorbas (A História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, Luis Sepúlveda)

Claro que esta lista não pretende ser definitiva e muito menos tradutora de tudo o que por aí se escreve e se lê.
No entanto, aqui fica lançado o mote. Aceitam-se sugestões que completem o abecedário, especialmente nas letras "I", "O", "U" e "X", aquelas que não conseguimos preencher!

Boas Leituras, Alcor e Mizar *

Quem não se lembra de Enid Blyton?
Os livros do "Clube dos Sete" e especialmente os livros dos "Cinco" são parte integrante da minha colecção de livros e marcaram profundamente a minha infância. Passava horas agarrada aqueles pequeninos companheiros que ocuparam a minha mente e foram a companhia de uma Alcor sem irmãos e que inventava brincadeiras sozinha!
Aprendi muito com as Aventuras destes parceiros de infância... especialmente a sonhar e a imaginar locais fantásticos e pessoas maravilhosas com as quais tinha aventuras todas as férias de verão! Devem ser os livros mais lidos da minha biblioteca! E são claramente aqueles que mais recordações e alegrias me trazem, e que estimo com todas as forças do meu ser.
Enid Blyton não teve uma vida fácil. Com a separação dos pais, ficou com a mãe que não compreendia a sua paixão pela escrita. Para além disto, teve muitas dificuldades em públicar as suas primeiras histórias e os seus trabalhos foram negados durante anos. Foi depois de se formar como Professora, que começou a publicar na revista "Teacher’s World" e em 1922 publica o seu primeiro livro de poemas, começando assim a sua carreira como autora.
Escreveu muitas histórias, mas as de mistério e aventura foram as que tiveram mais sucesso!
Na sua autobiografia, escreveu como criava uma nova história. Nunca a planeava antes de a escrever na máquina. Somente a colocava nos seus joelhos, fechava os olhos e imaginava a história!
Enid morreu, em 28 de Novembro de 1968, vitima do que é hoje conhecida por Doença de Alzheimer, deixando mais de 700 livros escritos e perto de 5000 contos.
Esta é uma autora que terá sempre um lugar no meu coração. Apesar da diferença de décadas, os seus livros são intemporais e recordações para passar às gerações vindouras como o testemunho de uma existência simples , mas inesquecível!


Os Créditos da Biografia e das Imagens pertencem ao fantástico site Mistério Juvenil.

O Procrastinado

Sento-me ao computador, de pantufas e pijama e, pela primeira vez desde há algum tempo, dou-me ao luxo de descomprimir.

Vagueio o olhar pelo verde desta Constelação e perco-me em cada palavra e em cada frase que a minha querida Alcor aqui semeou na minha ausência. E colho este bela sensação de conforto e aconchego que não sei bem se me chegam da poesia de O'Neill, dos comentários certeiros de quem nos visita ou da delicada graciosidade com que escreve a Alcor.

Mudei de emprego, mudei de vida!

Um abraço desta vossa menos presente mas dedicada,
Mizar

A imagem é daqui.

Hoje apetece-me falar de uma prenda que recebi num destes Natais.
O presente mais bonito, mais simbólico e mais extraordinário que me deram até hoje, foi um carimbo. Sim, um Carimbo!
É sabido que gosto de livros. Amo livros. Sempre que tenho algum dinheiro disponível não compro roupa, ou sapatos: compro livros. É a minha mui pessoal paranóia!
Assim sendo, tenho uma pequena biblioteca (sim, pequena porque uns meros 250 livros, sem contar com as colecções de infância e adolescência, são apenas uma "pequena" biblioteca!).
O carimbo diz apenas: "Biblioteca Pessoal A.R.". Agora não tenho apenas uma colecção, mas uma Colecção Personalizada! Não foi tarefa fácil catalogar e organizar todos este livros. Mas foi o que fiz, na primeira semana do ano de 2006. Agora todos os livros que possuo tem o meu próprio carimbo que os distingue de todas as centenas de exemplares iguais!
Há pessoas que nasce dotadas daquilo a que se chama "visão". Aquela que me ofereceu o carimbo, nasceu com uma dose extraordinária de "Visão". (Aproveito e lanço aqui o desafio de dizerem qual foi a prenda mais extraordinária que receberam até hoje!)
E porque quem me ofereceu o carimbo foi a minha muito querida Mizar, tudo isto tem o objectivo de lembrar que Ela não desapareceu desta "Constelação". Simplesmente a sua vida está a atravessar mudanças que passam por não ter um computador à mão!
Estamos à tua espera!
M/W

(Con)Textos IV

Foi então que apareceu a raposa.
- Olá, bom dia! - disse a raposa.
- Olá, bom dia! - respondeu educadamente o Principezinho.
- Quem és tu? - perguntou o Principezinho - És bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o Principezinho. - Estou tão triste...
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Ainda ninguém me cativou...
- Ah! Então desculpa! - disse o Principezinho
Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar:
- "Cativar" quer dizer o quê?

-É uma coisa de que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer "criar laços"...

-Criar laços?

-Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê:por enquanto tu não és mais para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E eu também passo a ser única no mundo para ti...

"Apenas vemos bem com o coração...o essencial é invisível aos olhos."

Balanço

Após 6 meses de existência (sim, é verdade, a Constelação fez ontem meio-aninho!), tal como nos governos, é imperativo fazer um balanço. Afinal, o que foi feito, o que foi lido, o que valeu a pena e o que mais valia ter ficado na prateleira!

O Objectivo deste Blog era impor um ritmo de leitura às suas criadoras! Apesar de gostarmos ambas de ler, com a vida quotidiana, às vezes é complicado continuar as tarefas a que nos propomos! Era também objectivo, partilhar opiniões e ideias com os outros Bloggers especialmente acerca de livros (e claro, de tudo o que os rodeia - escritores, filmes, música, etc, etc).

As Leituras:
-Norwegian Wood – Haruki Murakami (que eu ainda não acabei de ler!!!)
-Valete de Copas e Dama de Espadas – Joanne Harris (Sem Comentários!)
-O Leque Secreto – Lisa See
-O Cirurgião – Tess Gerritsen
-O Aprendiz - Tess Gerritsen
-Caffé Amore – Nicky Pellegrino (Sem Comentários!)
-Post Mortem – Patrícia Cornwell
-Corpo de Delito - Patrícia Cornwell
-Tudo o que Resta - Patrícia Cornwell
-A Pecadora – Tess Gerritsen
-A Filha do Capitão – José Rodrigues dos Santos (Que a Lady Mizar anda a ler)
-Codex 632 – José Rodrigues dos Santos
-Orgulho e Preconceito – Jane Austen
-Cruel e Invulgar - Patrícia Cornwell
-A Quinta dos Cadáveres - Patrícia Cornwell
-A Fórmula de Deus - José Rodrigues dos Santos
-A Vida Nova-Orhan Pamuk (Ainda ando encravada neste…não sei porque mas não estou a conseguir uma ligação com o livro!)
-O Cemitério dos Sem - Nome - Patrícia Cornwell
-Brokeback Mountain – Annie Proulx
-A Química da Morte – Simon Beckett
-Viagens na Minha Terra – Almeida Garrett

Conclusões:
Afinal gostamos mais de Policiais do que pensávamos!
Temos de começar a ler mais livros de autores portugueses!
A lista de livros para ler aumentou perigosamente neste seis meses!
A quantidade de números comprados também está a tocar nos limites do razoável!

Depois desta análise tão fria (especialmente porque hoje está a chover e de certeza que neva na Serra da Estrela!), só resta continuar a ler, a escrever, e a aproveitar uma das melhores coisas que a vida nos dá: a fantasia, o amor e a magia que encontramos nos livros!

A todos os que nos decidiram acompanhar nesta aventura um Obrigada com direito a vénia de teatro!


"Não sou do tamanho da minha altura mas da estatura daquilo que posso ver" Fernando Pessoa
Ler é a melhor maneira de aumentar a estatura daquilo que podemos ver, portanto Leiam!

O Jornal, a Revista de Domingo, as Revistas da farmácia, os folhetos que acompanham os medicamentos, a Dica da Semana (ok, esta talvez não!!!), ou mesmo os produtos que compõem o liquido com que limpam os balcões da cozinha. Vale tudo. O importante é ler.

No caso de realmente preferirem livros, aqui ficam duas sugestões para Downloads grátis (e legais!):

Dominio Público e Projecto Gutenberg

Boas Leituras!

Cometas e Eclipses Lunares para Todos!!!

Poesia

Segundo Ernest Hans Josef Gombrich, o mais célebre Historiador de Arte do século XX, "Nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente Artistas."
A razão para tal afirmação pode prender-se no facto da Arte ser um fenómeno Cultural. "As regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao tempo, mas em cada época, diferentes grupos escolhem como devem compreender esse fenómeno." (Wikipédia)
As 7 Artes Tradicionais são: 1-Música (som), 2-Pintura (cor), 3-Escultura (volume), 4-Arquitectura (espaço), 5-Literatura (palavra), 6-Coreografia (movimento), 7-Cinema (o termo 7ª arte para designar o cinema foi dado por Ricciotto Canudo no Manisfesto das Sete Artes, por considerar que o cinema integra os elementos das artes anteriores).
A Poesia é uma das 7 Belas Artes Tradicionais, através da qual a linguagem humana é utilizada com fins artisticos.
Este post serve para honrar a "Palavra" (sem qualquer recurso às outras Artes), com um Poema de Alexandre O'Neill, que se chama precisamente "Há Palavras que nos Beijam" e que é por sua vez uma homenagem à Arte das Palavras:
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
M/W

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