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Um Mundo de Segredos


"Escritora de mistério, Lisa See leva o leitor até à China do século XIX onde duas raparigas desenvolvem uma profunda relação de amizade. Desde meninas, Lili e Flor de Neve comunicam entre si através de uma linguagem secreta - nu shu - inscrita num leque de seda. Habituadas a partilhar as agruras da vida sabem que só o casamento as pode salvar de uma vida condenada ao sacrifício. Por isso, desde muito cedo experimentam a dor, através da tradição de enfaixamento dos pés, de forma a torná-los delicados e pequenos aos olhos dos homens. Aprendem a bordar e a coser e tornam-se verdadeiras irmãs de juramento. Porém, os anos vão passando e a entrada na vida adulta, o casamento e um mal-entendido ameaçam os estreitos laços de amizade entre as duas, mas perto do fim da vida voltam a reencontrar-se. Uma leitura inspiradora, comovente e de uma extrema sensibilidade, são a prova inequívoca da conquista do prémio para "Melhor Romance de 2005".
Fonte: Webboom

3 comentários:

já acabaram de ler? Qual a vossa opinião? Estava a pensar oferecê-lo a uma amiga minha, no Natal... Agradeço a vossa opinião,

Ana Carolina

segunda-feira, dezembro 04, 2006 12:27:00 da tarde  

Cara Ana,

A China que nos é mostrada pela mão de Lisa See é um mundo demasiado longínquo do nosso (ou do meu, neste caso, e é aqui que as opiniões demonstram que só têm o valor que têm). Por este motivo, por vezes e à luz da emancipação actual da mulher, as linhas escritas por Lisa See parecem saídas de um Manual de Bom Comportamento do século XVII ocidental. Por outro, parecem ecos antigos do presente que algumas mulheres ainda têm a infelicidade de viver.

A grande valia do livro é a de nos ensinar pelos olhos de quem viveu determinados costumes, os seus procedimentos e as suas razões. Se para nós o enfaixe dos pés nos parece desumano (e continua a parecer depois de lermos o livro) para a protagonista do Leque Secreto, esse costume é usual e inquestionável. A família é inviolável, independentemente das provações psicológicas e físicas pelas quais possam passar.

Visto em perspectiva, o livro mostra uma tentativa de rebelação de duas mulheres que, no seio da sua cultura, deve ser vista como um exemplo de força e determinação. Na minha opinião, o livro é triste e é quase doloroso para quem lê.

Se a sua ideia é oferecê-lo à sua amiga, pelo facto da história narrar a vida de duas irmãs de juramento, proponho que o leia primeiro e avalie se a mensagem que retira é aquela que quer transmitir à sua laotong.

segunda-feira, dezembro 04, 2006 12:54:00 da tarde  

Este é um livro muito fácil de se ler. As páginas avançam pois a escrita flui rápida e articuladamente e o tema ajuda, pela curiosidade que cria.

No entanto não é um livro fácil de digerir e assimilar. Os costumes, tradições e superstições são de tal maneira distintos daquilo a que estamos habituados, que chega a ser necessário pousar o livro e reflectir sbre o que acabamos de ler.

O papel da mulher na sociedade, o papel da familia e a legitimidade que têm para tratar as suas filhas como criadas e seres não desejados, as lições em forma de histórias passadas de geração em geração, a separação do mundo das mulheres do dos homens, são temas que nos colocam dúvidas pela distância que apresentam daquilo que estamos habituados.

Tudo isto faz com que este livro seja útil pelo facto de nos permitir aprender um pouco acerca de outra cultura de uma forma romenceada, mas por outro lado deixa-nos algo incomodados pelas questões que levanta.

A promessa da contracapa, que descreve o livro como "uma das mais belas e inquietantes histórias de amizade entre duas raparigas" acabou por se revelar um engano.
É realmente contada um história de amizade, mas mais inquietante que bela, que levou a que uma ideia de beleza e encanto se transformasse em desilusão e arrependimento pela compra efectuada.

Não é que não valha a pena ler o livro, porque vale, é no entanto necessário criar uma "armadura", de modo a não sermos afectados nem pela tristeza e melancolia espalhadas pelas suas páginas,, nem pela indignação que estas questões levantam!

sábado, dezembro 16, 2006 8:45:00 da tarde  

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