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Tardei, é certo, mas li o CODEX 632, vulgarmente conhecido neste blog por “Mais olhos que barriga”. Com uma certeza fiquei: eu, que não sabia que era possível gostar de algo que ao mesmo tempo se detesta, aparentemente, consegui-o. Cheguei ao fim (parem aqui os que não leram o livro e ainda vão ler) comovida com a morte da Margarida e com a cadência dócil da escrita de José Rodrigues dos Santos ao descrever os sentimentos de Tomás, nesse momento – a página alta do livro, na minha opinião – e ao mesmo tempo profundamente desagradada com a verdadeira obsessão do livro que não é, desenganem-se, Cristóvão Colombo, mas sim o leite materno.
E sim, eu sei que muito já foi dito e escrito sobre este assunto, mas não posso deixar de demonstrar o meu desagrado, quiçá desconforto, quando vejo (leia-se leio) o leite materno ou a mama a parecer rebentar de leite, ou a pele láctea, ou o leite da mama na sopa, ou até a palavra "ordenhar" como símbolos eróticos quando de erótico volto a dizer, na minha opinião, tem muito pouco ou talvez nada.
Para além disto, fugiu-me à compreensão como é que um Professor Doutor (por extenso) de História (Tomás!!!) dizia à mulher, artista plástica (Constança!?!), que a filha a comer daquele modo iria levá-los à miséria (era pão com manteiga, não eram ovas de estrujão)... Miséria... Eles – e não me julguem snob –, com nomes que parecem saídos de uma qualquer mansão senhorial onde todos se chamariam Bernardos, Afonsos, Dinis e Beneditas...
À parte disto e escusando-me de comentários referentes ao tema JRS/Mascarenhas Barreto, que já muito foi dissecado em detrimento apenas da magnífica urdidura em torno do “Cubense Colombo”, digo apenas que um romance é um romance. E um romance é ficção e entretenimento e não podemos levá-lo mais a sério do que o valor que ele encerra em si mesmo como – voltamos ao mesmo – obra de ficção.
Eu gostei e não gostei.
Estrelas cadentes, meus amigos!
LM

A imagem é daqui.

5 comentários:

Bem, fico contente por ter encontrado alguém que fale do livro. Eu ainda não li, mas já estive tentado em comprá-lo para tal (Ah, parei no sitiozinho que disse. Suponho que o resto seriam "cenas" do livro) Quando ler o livro, que ainda há-de demorar,pois tenho outros em lista de espera, prometo voltar e dar a minha sugestão.

segunda-feira, janeiro 08, 2007 9:59:00 da manhã  

Eu li e gostei.
Comprei logo quando saiu, porque tinha gostado muito da "Filha do Capitão".
Mas concordo com os seus comentários, há muitos detalhes que não "colam".
Mas ..... é um romance bastante agradável e não mais do que isso :)

segunda-feira, janeiro 08, 2007 2:47:00 da tarde  

Para quem ficou intrigado com a história de Colombo, vale a pena ler o Mistério Colombo Revelado.
Há também um grande e aceso debate no fórum Ginea do sapo.

terça-feira, janeiro 16, 2007 5:32:00 da tarde  

Esqueça tudo o que lhe ensinaram sobre Colon [Cristóvão Colombo]. Depois prepare-se para ler um livro fantástico. Mantenha o seu espírito sempre aberto enquanto lê "O Mistério Colombo Revelado".
A cada passo poderá ir seguindo as provas e indicios que Manuel Rosa e Eric Steele lhe revelam como resultado dos seus 15 anos de investigações. Um texto fácil de seguir, pleno de citações dos documentos originais - muitas vezes bilingues - que servem para mostrar que Colon seria provavelmente um nobre em Portugal antes de ir para Espanha. http://www.colombo.bz/novidades.htm

quarta-feira, janeiro 24, 2007 11:33:00 da tarde  

Leiam todos o “O Mistério Colombo Revelado”- Partindo de novas propostas e perspectivas de análise histórica e ancorado em sólidas provas documentais, o autor demonstra, no seu livro, as inconsistências cientificas, os erros de análise, as mentiras e as falsidades da historiografia oficial / tradicional, relativamente às origens de Cristóvão Colombo, apontando novos rumos interpretativos. O mítico navegador é hipoteticamente visto, no quadro da rivalidade ibérica e da política portuguesa de sigilo, dos finais do séc. XV, como um espião português ao serviço de D. João II. “O Mistério Colombo Revelado” é, pois, assim, entendido, como um marco de toda a bibliografia já publicada sobre Cristóvão Colombo e um contributo decisivo para a historiografia em torno desta problemática. --O Director do Museu do Pico, Manuel Francisco Costa Jr.
http://museus.azores.gov.pt/noticias/ver.aspx?id=61

domingo, dezembro 23, 2007 4:21:00 da tarde  

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