Blogger Template by Blogcrowds

Visões de Poeta

Amigos cento e dez, e talvez mais,
Eu já os contei. Vaidades que eu sentia!
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.

Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.

Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.

-Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver...
Que cento e nove impávidos marotos!

Os Amigos, Camilo Castelo Branco

3 comentários:

Sempre excelente Camilo.

Off the post: Não sei se sabes mas a revista " Sábado" está a fazer uma colecção de livros inéditos de autores portugueses. São contos curtos, já comprei de Manuel Jorge Marmelo e Maria Filomena Mónica. Esta semana é o grande Rui Zink. Não percas. É grátis, só pagas a revista.

terça-feira, maio 29, 2007 10:51:00 da tarde  

É verdade! Grande Camilo!
Quanto aos livros de contos... não sabia! Ainda bem que avisaste! Segundo a minha filosofia, nunca se deve recusar um livro grátis! ;)

terça-feira, maio 29, 2007 11:33:00 da tarde  

Este poema é delicioso :)

quarta-feira, maio 30, 2007 1:38:00 da tarde  

Mensagem mais recente Mensagem antiga Página inicial