Terminei “A Vida Nova” de Orhan Pamuk. Não posso mentir. A minha opinião mantêm-se: os livros simples, que transmitem mensagens simples, são claramente os meus preferidos. Não é por serem fáceis de ler. É apenas pelo facto de a mensagem não se perder por caminhos travessos!
Se não fosse a persistência, já tinha desistido deste livro há muito tempo. O ritmo esquizofrénico da escrita, os acidentes de autocarro, a busca incessante de uma vida nova de um modo tão inusitado, estavam a impedir a compreensão da mensagem.
No entanto, chegar ao fim, tem as suas vantagens.
Sem estragar o final de quem ainda não leu o livro, posso dizer que a Vida Nova é uma quimera. Entra aqui aquilo que muitas pessoas deixam passar ao lado e que no fundo é a velha máxima pela qual devíamos reger a nossa vida:
-Mais importante que possuir coisas, pessoas ou afins, é olhar pela janela e ver o sol a brilhar, mesmo que esteja céu nublado. E mesmo que não tenhamos janela, é olhar pela porta. E se vivermos numa cave escura é sair à rua e olhar para céu. No fundo, é valorizarmos o que temos e não perdermos a vida à procura de algo que não sabemos se existe. É tirar partido de todas as coisas que nos rodeiam, sem nos arrependermos do que fizemos e muito menos sem nos interrogarmos constantemente se tomamos a decisão certa.
A Vida Nova não existe. E no entanto, está ao alcance dos dedos… se desejarmos alcançá-la.
Pamuk ensina-nos isso neste livro. Pode não ter escolhido a melhor maneira para o fazer, mas não lhe posso tirar o mérito. No fundo, foi a forma que ele arranjou para passar a sua mensagem.
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Viva, acabaste! Compreendo-te. Também me aborrecem os livros demasiadamente alternativos. Tenho cá por casa um do Gunter Grass, chamado "A Ratazana", que presumo ser uma alegoria qualquer. E digo presumo porque não passei do primeiro capítulo. É contra a minha natureza abandonar um livro tão cedo sem lhe dar uma segunda hipótese, mas aquele não consegui mesmo continuar a ler... Pareceu-me estúpido demais na altura, mas talvez um dia destes lhe volte a dar uma hipótese.
Célia disse...
sexta-feira, maio 04, 2007 7:53:00 da tarde
Pois! Gunter Grass nunca li! Por falar em alternativo: Kafka! Ui... homem complicado!
Também não gosto de desistir. Afinal, acabou por valer a pena lê-lo! Pelo menos percebi o objectivo! ;)
Miss Alcor disse...
sexta-feira, maio 04, 2007 8:16:00 da tarde
Misão cumprida :)
Eu quando começo a parar a meio, simplesmente desisto! Afinal há tanta coisa boa para se ler :)
Custódia C. disse...
sábado, maio 05, 2007 8:25:00 da tarde
É verdade Custódia! Pelo menos não fiquei com uma ideia tão má como tinha inicialmente!
Miss Alcor disse...
sábado, maio 05, 2007 8:33:00 da tarde
Olá Miss Alcor
Pelos vistos temos algumas coisas em comum! Li agora o teu comentário sobre o "tuesday's with Morrie". Há pouco tempo comprei a "Vida Nova" porque recebi um vale da FNAC do 30 eur e um dos escolhidos foi este, estava curiosa. Ainda não o li...ainda bem que avisas, porque também preiro leituras mais simples. de qualquer forma tenho outros para ler em lista de espera, antes deste. Também sou daquelas que se compra e recebe imensos livros...mas infelizmente leio menos do que gostaria, agora só tenho lido mesmo o vosso conto, e estou a adorar.
Jasmim disse...
domingo, maio 06, 2007 2:10:00 da tarde
Estive com esse na mão ainda agora,mas optei por comprar a catedral...
Tantos livros para ler e tão pouco tempo.
Boas Leituras.
Totoia disse...
domingo, maio 06, 2007 6:10:00 da tarde
Jasmim, bem-vinda aqui à Constelação. Realmente o Pamuk não é simples! Dá para perceber a mensagem, mas quase que desistia a meio! Mas com paciência é uma boa leitura, embora não possa dizer que é dos meus livros favoritos!
Totoia, na minha muito modesta opinião, fizeste uma óptima escolha! Eu adorei a Catedral! ;)
Miss Alcor disse...
domingo, maio 06, 2007 8:56:00 da tarde