São muitas as curiosidades do livro "O Último Catão". Destaco duas pelo interesse de que se revestem, mas também pelo impacto e importância de uma delas na nossa vida diária.
A Guarda Suíça
Assinalou-se em 2006, os 500 anos da existência da Guarda Suiça. Os defensores dos Sumos Pontífices atraem as atenções não só pelas exigências necessárias à sua admissão, mas especialmente pela singularidade dos seus uniformes.
Do corpo da Guarda Suíça só podem fazer parte homens de constituição física robusta, católicos, com educação superior e com treino militar do Exército Suiço. Devem ter idade entre 18 e 30 anos e reputação criminal e social absolutamente imaculadas.
Apesar do colorido Uniforme ser atribuido a Miguel Ângelo, foi na verdade Jules Repond, um dos comandantes que o desenhou em 1914.
A "Superioridade" da Igreja Católica
Foi o Papa Bento XVI quem permitiu que um dos mais polémicos textos da fé católica viesse de novo a público. A 10 de Julho deste ano, o Vaticano afirmou que a "Igreja Católica é, sempre foi, e será a única igreja de cristo". É de lembrar que o seu predecessor, João Paulo II tinha já desmentido este texto.
A explicação para esta declaração é sustentada no facto de todos os Papas serem sucessores de Pedro, o primeiro Papa da Igreja Católica.
No livro "O Último Catão" este tema é abordado pelas personagens uma vez que o Professor Farag, arqueólogo em Alexandria, foi educado na fé da Igreja Ortodoxa Copta e a Doutora Salina era freira educada na religião Católica.
As discussões à volta deste tema, apresentam a Igreja Católica como provocadora de conflitos entre todas as religiões, ao afirmar-se superior a todas as outras.
Inacreditavelmente em pleno século XXI, ao invés de se preconizar o diálogo entre os povos, ainda conseguimos ficar presos em discussões mesquinhas, que levantam a ira das pessoas. Afinal, muitas das guerras que ainda hoje se mantêm activas são evocadas pela religião, à custa do lema "O meu Deus é melhor que o teu".
Não deixa de ser curioso verificar que aqueles que andam pelo mundo a servir-se da palavra de Deus para castigar os homens pelos seus pecados, continuem a dar origem a conflitos entre esses mesmos que dizem ser pouco respeitadores, quando eles próprios não dão o exemplo! Poderiam dizer-me para eu seguir a velha máxima: "Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço", mas parece-me que de falsos moralismos está este mundo cheio.
A verdade, que também é destacada pela personagem da Dra Salina, é que a fé é a única coisa que importa. Mas será essa fé na mentira mais importante que a verdade? Será legitimo esconder a verdade apenas porque contraria aquilo que está estabelecido há muitos anos? São contradições que retiram, na minha modesta opinião, credibilidade à Igreja Católica e que acabam por afastar as pessoas daquilo que realmente é importante: viverem a sua vida com integridade e justiça, quer seja em nome do Deus Católico, do Deus Ortodoxo, ou do Deus Muçulmano.
Daí que os bons livros nem sempre são os mais bem escritos, e muito menos aqueles que não apresentam qualquer falha nos seus argumentos. Os bons livros são aqueles que nos deixam a pensar, e que de alguma maneira marcam a nossa forma de ver o mundo!
Cometas e Estrelas Cadentes para todos!
A Guarda Suíça
Assinalou-se em 2006, os 500 anos da existência da Guarda Suiça. Os defensores dos Sumos Pontífices atraem as atenções não só pelas exigências necessárias à sua admissão, mas especialmente pela singularidade dos seus uniformes.
Do corpo da Guarda Suíça só podem fazer parte homens de constituição física robusta, católicos, com educação superior e com treino militar do Exército Suiço. Devem ter idade entre 18 e 30 anos e reputação criminal e social absolutamente imaculadas.
Apesar do colorido Uniforme ser atribuido a Miguel Ângelo, foi na verdade Jules Repond, um dos comandantes que o desenhou em 1914.
A "Superioridade" da Igreja Católica
Foi o Papa Bento XVI quem permitiu que um dos mais polémicos textos da fé católica viesse de novo a público. A 10 de Julho deste ano, o Vaticano afirmou que a "Igreja Católica é, sempre foi, e será a única igreja de cristo". É de lembrar que o seu predecessor, João Paulo II tinha já desmentido este texto.
A explicação para esta declaração é sustentada no facto de todos os Papas serem sucessores de Pedro, o primeiro Papa da Igreja Católica.
No livro "O Último Catão" este tema é abordado pelas personagens uma vez que o Professor Farag, arqueólogo em Alexandria, foi educado na fé da Igreja Ortodoxa Copta e a Doutora Salina era freira educada na religião Católica.
As discussões à volta deste tema, apresentam a Igreja Católica como provocadora de conflitos entre todas as religiões, ao afirmar-se superior a todas as outras.
Inacreditavelmente em pleno século XXI, ao invés de se preconizar o diálogo entre os povos, ainda conseguimos ficar presos em discussões mesquinhas, que levantam a ira das pessoas. Afinal, muitas das guerras que ainda hoje se mantêm activas são evocadas pela religião, à custa do lema "O meu Deus é melhor que o teu".
Não deixa de ser curioso verificar que aqueles que andam pelo mundo a servir-se da palavra de Deus para castigar os homens pelos seus pecados, continuem a dar origem a conflitos entre esses mesmos que dizem ser pouco respeitadores, quando eles próprios não dão o exemplo! Poderiam dizer-me para eu seguir a velha máxima: "Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço", mas parece-me que de falsos moralismos está este mundo cheio.
A verdade, que também é destacada pela personagem da Dra Salina, é que a fé é a única coisa que importa. Mas será essa fé na mentira mais importante que a verdade? Será legitimo esconder a verdade apenas porque contraria aquilo que está estabelecido há muitos anos? São contradições que retiram, na minha modesta opinião, credibilidade à Igreja Católica e que acabam por afastar as pessoas daquilo que realmente é importante: viverem a sua vida com integridade e justiça, quer seja em nome do Deus Católico, do Deus Ortodoxo, ou do Deus Muçulmano.
Daí que os bons livros nem sempre são os mais bem escritos, e muito menos aqueles que não apresentam qualquer falha nos seus argumentos. Os bons livros são aqueles que nos deixam a pensar, e que de alguma maneira marcam a nossa forma de ver o mundo!
Cometas e Estrelas Cadentes para todos!
Etiquetas: Curiosidades
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Gostei muito deste post. Disseste (ou escreveste) exactamente aquilo que eu penso. A fé reside nas próprias pessoas e não no que lhes dizem para elas pensarem ou fazerem. Sinceramente, estou fartinha da Igreja Católica, das suas hipocrisias e manias de grandeza... Perdeu-se quase tudo o que realmente importava!
O ano passado quando estive no Vaticano tive oportunidade de tirar umas fotos aos tipos da Guarda Suíça... São realmente muito engraçados os fatos deles ;)
Célia disse...
sábado, agosto 04, 2007 4:39:00 da tarde
No fundo, apesar de todas as exigências, acho que o pior acerca de pertencer à Guarda Suiça é usar este fato amaricado... :D
Coitadinhos! Perdem o aspecto viril todo...
Quanto ao resto, obrigada pela parte que me toca. Escrevi exactamente o que sinto. Não sou muito versada no que toca a religiões e fiquei surpreendida com este livro, porque revela certos aspectos que nunca me tinham passado pela cabeça, e que me fazem sentir que provavelmente a inquisição não foi do pior que a Igreja Católica fez, porque continua a fazer coisas ainda piores!
Acho que afirmar a superioridade, é a mais completa falta de respeito pela humanidade e além disso representa um dos pecados capitais: a soberba desmesurada, que tanto tentam recriminar!
Miss Alcor disse...
sábado, agosto 04, 2007 11:16:00 da tarde
Concordo com o teu post. Realmente, é mesmo impressionante como tantos ainda se apoiam na fé e religião como justificação de actos barbáricos.
Nos dias de hoje, com a quantidade de filmes e livros sobre o assunto, as pessoas são finalmente obrigadas a admitir e a confrontar as grandes imperfeições da Igreja Católica, em vez de se refugiarem na fé e ignorarem o problema!
Nenhuma religião é certa ou perfeita, por isso concordo com a Canochinha, a fé deve residir dentro de nós.
(Tenho de acrescentar, que lindos uniformes!! :P)
Maria Natália Pinto disse...
segunda-feira, agosto 06, 2007 1:04:00 da manhã
Parabéns pelo post. Já tive na mão esse livro algumas vezes e já estive para o comprar, se calhar ainda irei comprar a versão de bolso.
Quanto à Igreja Católica, ela também diz para ajudar os pobres, mas não mexe um dedo para resolver a situação no Darfur, por exemplo, Vaticano está recheado de ouro ( quem sabe ouro judeu que os nazis lhes deram? )podiam trocar aquilo por alimentos ou ajuda humanitária, mas isso sou eu digo.
Menphis disse...
segunda-feira, agosto 06, 2007 3:38:00 da tarde
Dawn, infelizmente a crença está de tal maneira enraizada, que as pessoas acreditam sem colocar nada em causa. Acho que preferem a mentira à verdade.
Menphis, obrigada.
Quanto à tua ideia, de realmente a igreja dividir o dinheiro com os pobres, em vez de o gastar em carros, basílicas monstruosas e paramentos... acho que não estás sozinho nesse ponto. Concordo em absoluto. E acrescento que é isso mesmo que os faz parecer uma cambada de burlões: não seguirem os ensinamentos que preconizam!
Miss Alcor disse...
segunda-feira, agosto 06, 2007 4:41:00 da tarde
Este teu post está muito bom,sim senhora. É pena que os mais altos responsáveis (e muitos dos causadores dos conflitos actuais) não pensem como tu e defendam a ideia de que 'o meu deus é melhor que o teu'. Acho que as religiões devem ter o seu espaço próprio para se exprimir e não precisam de armas para cativar os seus seguidores. As Cruzadas foram apenas um exemplo.
Quanto à Guarda Suiça, acho giro ver como o Vaticano é um país no meio de Roma que tem uma guarda Suiça... Parece tudo deslocado. As fatiotas são bem giraças, mas, lamento dizê-lo, os modelos não são lá muito simpáticos. Só é possível tirar foto com eles, se fingirmos que não o estamos a incluir. Eu sei que eles não estão lá para fotos, mas, às vezes, não custa facilitar. Chama-se cativar a simpatia do turista.
Bjo
Cristina disse...
segunda-feira, agosto 06, 2007 8:35:00 da tarde
Obrigada Cristina.
Eu acho que eles sabem isto tudo que nós também sabemos. Mas a verdade é que evitam pensar nisto. Afinal, a igreja não deixa de ser um negócio, e tal como os outros todos o que eles querem é lucro!
Quanto aos guardas, continuo a ter pena deles, por terem de usar este uniforme! ;)
Miss Alcor disse...
terça-feira, agosto 07, 2007 10:44:00 da manhã
A verdade é que já no tempo de João Paulo II havia um grande desconforto da parte dos seus "acólitos" - tirando o circulo mais próximo ao anterior Papa, todo o Vaticano sempre foi contra o diálogo entre religiões. Dialogar com uma religião é reconhecer a sua existência, e isso nunca foi, de todo, uma das considerações do Catolicismo. O Vaticano é a última monarquia absoluta da Europa, e a intransigencia uma das suas permissas.
Isto é afirmado por todos os historiadores de religião. Muitos deles católicos. Católicos de espírito, não de Instituição.
Estudei religião ainda no tempo de João Paulo II, e na altura havia um grande optimismo por entre os historiadores cristãos, que pela primeira vez viam ser possivel uma Igreja Católica renovada. Hoje, o ambiente deve ser bem diferente...
Miaus!!!
Bxana disse...
terça-feira, agosto 07, 2007 12:44:00 da tarde
Bxana, tens toda a razão. O diálogo é realmente uma forma de dar importância aquilo que eles pretendem que não exista.
Mas a verdade é que não é a melhor forma de lidar com as coisas. É de uma mesquinhez profunda, que ainda por cima vai contra todas as supostas leis da igreja.
Acho que no fundo, Deus é só uma desculpa para ganharem dinheiro, e pouco mais!
Miss Alcor disse...
terça-feira, agosto 07, 2007 1:09:00 da tarde