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Muita Parra... Pouca Uva!

Depois de um trailler simplesmente fenomenal e de uma campanha de marketing extraordinária, "Elizabeth-The Golden Age", parece um caso simples de ditado popular: muita parra, mas pouca uva.

Para uma aficcionada de romances históricos, tenho de admitir que consolei as vistinhas com o fantástico guarda roupa, cenários e paisagens de outros tempos. Mas em termos de história, o verdadeiro sumo que compõe a película, tenho de admitir que fiquei completamente desapontada.
Anunciado como a sequela de Elizabeth (1998), este filme não é mais que uma repetição com alguns novos pormenores à mistura: nomeadamente um Clive Owen melhor que nunca!

Vamos a pormenores: para uma sequela, o filme não começa exactamente onde o outro acabou! Em primeiro lugar, voltam a querer casar a raínha, quando ela já tinha decidido ser a raínha virgem! Em segundo lugar, voltam a matar a Maria da Escócia, prima de Elizabeth, e sucessora do trono em caso de morte desta (e digo "voltam a matar", porque no primeiro filme a senhora interpretada pela fantástica Fanny Ardant, já tinha sido assassinada).
A partir daqui, já não é uma sequela!
Para além de tudo isto, o guião do filme deu origem a um livro (que no fundo já estava escrito!). Livro esse que é um retrato da época Isabelina. Ora, esse tempo está amplamente romanceado nos livros de Robin Maxwell, uma escritora apaixonada por Isabel I, que escreveu a sua história. Apesar do filme não aparecer como sendo baseado nos livros da autora, parece-me que alguns aspectos foram retirados ao estilo "copy, paste" do livro: "O Bastardo da Raínha": por exemplo a cena do vidente, e a cena em que Clive Owen salva a Inglaterra a bordo de um navio incendiário. Sei perfeitamente que estes aspectos são comprovados historicamente, e portanto acessíveis a quem os quiser procurar. Mas as semelhanças com o livro de Robin Maxwell são espantosas!

Não estou a dizer que o filme é mau. Longe disso. A exploração da vida de uma raínha que subiu tão alto, para apenas ficar distanciada de todos. Tão longe que arrefeceu para a vida. A exploração de uma vida parca em calor humano, tão necessário à existência. A luta pela sobrevivência de uma mulher que ousou desafiar todos, inclusivamente a igreja católica. Tudo aspectos tão bem explorados, que chegamos ao fim com o desejo de abraçar aquela mulher, só para lhe dizermos que a compreendemos, e que estamos ali para o que for preciso.
São de destacar os aspectos gráficos e a fotografia. Temos filmagens fabulosas, especialmente quando aparece a armada espanhola, que nos atacam com uma força surpreendente, pelo poder que encerram.
E claro, temos desempenhos muitos bons de Cate Blanchett, Clive Owen e Geoffrey Rush.

Temos tudo isto, mas tal como disse, este filme não é uma sequela. E não tem o arrojo do seu antecedente "Elizabeth (1998)", que é um filme simplesmente maravilhoso.
Honestamente não compreendo o realizador, para repetir o seu trabalho 10 anos depois. Afinal, para quê fazer outra vez o que já foi bem feito, e porque não continuar o trabalho para algo que ainda ninguém concretizou!

Uma coisa é certa, apesar de tudo, este filme merecia o óscar de "melhor citação do ano" (inventei agora, porque merece mesmo!). A certa altura Elizabeth diz com ar grave: "A bordo dos navios espanhóis vem a inquisição. E se perdermos, quando eles cá chegarem, acabou a liberdade em Inglaterra." Eles não chegam lá. E ainda bem que não, porque o reinado de Elizabeth foi um dos mais longos e mais prósperos que a Inglaterra teve. E sabe Deus a falta que fazia outra dama de ferro!

13 comentários:

Também sou uma apaixonada da Robin Maxwell e estou desejosa para ver o filme. Espero que saia mais satisfeita do que tu, mas, a julgar pelo que li, não me parece. Acho que há realizadores que pura e simplesmente não sabem interpretar o significado de 'sequela'...

sexta-feira, novembro 02, 2007 11:06:00 da manhã  

hummm...por acaso as criticas vão nesse sentido, de não ser um bom filme...apesar de Cate Blanchet :)

sexta-feira, novembro 02, 2007 4:17:00 da tarde  

Cristina, eu só achei estranho que o mesmo realizador, tenha feito uma "sequela", que de continuação não tem nada!
O filme é genial na exploração dos sentimentos da raínha e na descrição de cenários.
Mas em termos de história, simplesmente não acrescenta nada!

Menphis, não li as críticas. Assumi que seria um bom filme.
Adorei o primeiro, e adoro filmes de época. Mas tenho de admitir que fiquei desapontada.

sexta-feira, novembro 02, 2007 6:35:00 da tarde  

Eu adorei a intepretação da Cate Blanchett, acho-a simplesmente fantástica! Quanto ao filme, confesso que também me deixou um bocado a desejar... Parece-me que faltou uma certa profundidade, e achei a conspiração espanhola para matar a rainha metida a martelo! (apesar de provavelmente verdadeira)

sexta-feira, novembro 02, 2007 10:46:00 da tarde  

Sim, a Ca te está em grande!
Mas o filme não tem história! Não tem uma estrutura! As coisas vão aparecendo, e vão passando, mas chegamos ao fim sem saber verdadeiramente o quê que queriam mostrar!
Vale a pena, mas não vale... Preferia mil vezes ve o primeiro filme, mesmo sendo menos perfeito a nível técnico!

sexta-feira, novembro 02, 2007 10:59:00 da tarde  

Adorei o Elizabeth (1998) e estava ansiosa para ver esta suposta "sequela", mas realmente parece que deixa muito a desejar! Quanto mais não seja vou pela Cate e pelo Clive Owen (este não desaponta de certeza! :D)

segunda-feira, novembro 05, 2007 5:51:00 da tarde  

Miss gostei desta tua análise. :) Não posso dar a minha opinião, porque não vi ambos. No entanto, fiquei com alguma curiosidade e por estes dias acho que vou aproveitar para conhecer as suas histórias.

quinta-feira, novembro 08, 2007 9:49:00 da manhã  

Talvez porque vi o primeiro Elizabeth só em DVD, adorei ver este em grande ecrã :)
A verdade é que eu não lhe chamo sequela, mas sim dois filmes sobre a mesma rainha, em momentos diferentes!
Bom fds

sexta-feira, novembro 09, 2007 11:51:00 da manhã  

Dawn, é verdade que o Clive Owen não desaponta! Basta aparecer! :D
E quanto à Cate... é claramente uma das minhas actrizes de eleição.
Mas o filme não está à altura dos desempenhos dos actores!

Tons de Azul, acho que vais gostar do Elizabeth!
É um filme simplesmente divinal!
;)

Custódia, compreendo a tua posição quanto a este filme. Realmente pode ser visto dessa maneira.
No entanto, sendo realizado pelo mesmo realizador, e protagonizado pela mesma actriz principal, acho que podia ser mais... muito mais!

sexta-feira, novembro 09, 2007 8:53:00 da tarde  

Miss Alcor,
Não passo aqui para te dizer que já vi os filmes, pois estaria a mentir. Não ainda não os vi, até ao momento.
Mas queria dizer-te que lancei um concurso no tons de azul e gostaria de contar com a tua participação. :)
Beijinhos

segunda-feira, novembro 12, 2007 12:54:00 da tarde  

epá.. parece que os comentários são todos iguais:

* brilhante interpretação de Cate Blanchett (merece sem dúvida a nomeação para o óscar)e do resto do 'cast'

* Cenários e guarda roupa de deixar cair o queixo, cada cena parece estriada de um quadro.. em que nada destoa.

* História sem profundidade e tramas muito mal conseguidas

concordo com tudo! o filme, apesar de todas as coisas boas que tem, não deixa de aborrecer um pouco e o facto de ter sido anunciado como uma sequela do Elizabeth de 1998 deixa-me um pouco indignado.. uma vez que, como referiste, a rainha escocesa é executada duas vezes... e o mais interessante é que na sequela ela é mais nova e tudo.. weird fact huh?

o filme entretem um pouco... e ao menos deixa-mos ver a uma brilhante interpretação de uma brilhante actriz.

segunda-feira, novembro 12, 2007 8:47:00 da tarde  

É pena que não seja tão bom como o primeiro. Mas irei ver, romanceada ou não, a vida de Elizabeth fascina-me.

quarta-feira, novembro 14, 2007 12:43:00 da manhã  

A Blanchet é óptima neste e outros filmes, mas creio que não se tentou fazer sequela, apenas mudar a prespectiva, segundo a tentativa da armada espanhola.

quinta-feira, janeiro 10, 2008 11:45:00 da tarde  

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