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À(Parte)

Foi lançado o desafio: o que é ou não ser "alternativo" (obrigada Menphis, pela bela sugestão!).

Ao comentar sobre o livro "A Casa Quieta", de Rodrigo Guedes de Carvalho, chamei-lhe: "alternativo". É preciso ressalvar que nem tudo o que é alternatico, é mau!

Esclarecido este ponto vamos à pergunta: O que é ser "alternativo"?
Com tantas correntes e tantas nuances, o mundo da leitura é um pau de dois bicos. Por um lado temos os que gostam de ler, e os que não gostam. Depois temos os que só escolhem determinado estilo de livros, ou por necessidade (por exemplo, ler livros técnicos), ou por simples estatuto.

Outro aspecto importante é a posição do leitor em todo este mercado: quem acaba por ser determinante, em última análise, é o leitor, por mais campanhas de marketing que sejam feitas. Quem determina se um livro por mais caro, grosso ou estranho que seja, vai ser um campeão de vendas é o leitor que o compra e lê, fala sobre ele, oferece aos amigos, ou apenas o recomenda.

Para mim, ser alternativo, significa simplesmente ser diferente. Significa que é o tipo de livro que demoro tempo a ler, que demoro tempo a compreender, e que pode ou não ser um dos livros da minha vida. "A Casa Quieta" é um bom exemplo de um dos livros alternativos que não se transformou num dos livros da minha vida. Outro exemplo é o livro "As Velas Ardem até ao Fim" de Sandór Márai. Não é um livro fácil, é um livro que demora a entranhar na pele, mas uma vez lido, fica uma mancha que nunca mais nos abandona, de tão bonito que é!

E para vocês, o que é um livro alternativo?

12 comentários:

Eu acho que "alternativo" é tudo aquilo que é susceptível de não agradar à maioria das pessoas, às massas. É aquele livro que não vai ser adorado por toda a gente, mas apenas por alguns. Mas "alternativo" não dirá só respeito a um estilo de escrita, mas também a alguns estilos de literatura. Por exemplo, considero fantasy alternativo, porque é um estilo muito próprio e com um tipo de consumidores com um gosto muito especial, portanto dirigido a um segmento muito específico de mercado. Apesar de estar a ganhar leitores, continua a ser um estilo dito alternativo.
Pessoalmente, tenho um pouco de... não diria aversão, mas alguma dificuldade em lidar com o tipo de escrita como a do Rodrigo Guedes de Carvalho, pelo menos pela amostra. Terá porventura a ver com a fase da vida, os gostos actuais, o estado de espírito... Provavelmente esta tendência vai alterar-se com o tempo;)

quarta-feira, novembro 14, 2007 9:25:00 da tarde  

PS: Esqueci-me de dar os parabéns pelo post... ao menphis, que lançou a ideia, e a ti que a expuseste tão bem :)

quarta-feira, novembro 14, 2007 9:26:00 da tarde  

Acredita que também te explicaste muito bem, especialmente no que diz respeito a géneros alternativos.
Recentemente li livros fantasy e adorei, apesar de nunca terem sido os meus livros de eleição!
Daí que tudo diga respeito ao leitor! Ele é que manda! E um livro pode ser muito bom, mas se simplesmente não te conseguires ligar a ele, para ti, nunca vai ser bom: seja lá de que género for!

Por isso é que categorizar as coisas nem sempre resulta, porque um livro pode ser categorizado dentro de um estilo específico, e pode conseguir chegar às massas e transformar-se num best-seller!

Por isso compreendo que consideres o Rodrigo Guedes de Carvalho alternativo, tal como eu considero! É simplesmente diferente, e é preciso uma disposição especial para o ler, disposição essa que podes nunca conseguir desenvolver!

É isto a categorização dentro da própria categorização: o alternativo, dentro do alternativo! ;)

quarta-feira, novembro 14, 2007 9:36:00 da tarde  

Para mim, alternativo é tudo o que foge dos parâmetros normais de leitura, afectando a nossa compreensão da história e a leitura em si (por falta de pontuação ou divagações do narrador entre o desenrolar da história). Normalmente, são livros que não são muito aceites pela maioria dos leitores e exigem mais tempo a ler.

quinta-feira, novembro 15, 2007 11:10:00 da manhã  

Muitas vezes, erradamente na minha opinião, a ideia generalizada é a de que tudo o que é alternativo é mais “intelectual”…..
Eu estou contigo Miss, acho que alternativo é simplesmente ser diferente do habitual. Umas vezes gostamos e outras não. Não há necessidade de complicar :)

quinta-feira, novembro 15, 2007 2:11:00 da tarde  

Segundo o dicionário o termo " alternativo" vem acoplado de um termo chamado " alternação". Ou seja, alternação é, segundo o mesmo dicionário, sinónimo de variação, mudança, diferença.

..e de facto os livros alternativos são diferentes, como bem explanaste a tua ideia e também os comentários anteriores, são livros que nem toda a gente gosta.

Confesso que me faz confusão que se etiqueta as coisas, para mim ou são bons ou maus, gostei, não gostei, mais ou menos,dá para ler, deu para entreter e também não gosto porque conheço, e irrita-me muito, alguns preconceitos de pessoas que se julgam alternativas, mas se depois a conhecermos mais intimamente, veremos que não o são. Outra coisa que me irrita é afirmar que alternativo é para "intelectuais", quando conheço muitos " alternativos" que de " intelectuais" só têm a sua burrice. Interessante quando dizes que " nem todo o alternativo é mau", eu diria " nem todo o alternativo é bom", é aquela velha questão do copo meio cheio ou meio vazio :)

Os livros ou gostei ou não gostei, mas claro que a todos faz sempre jeito "meter" etiquetas, às editoras, aos autores, será sempre assim, mas, acredito que talvez seja de ser Gémeos, eu não gosto só de uma coisa, gosto de variar, de ler hoje um romance histórico, depois poesia, depois um romance negro, depois um livro de humor.

Interessante que acabo de ler uma entrevista de um autor que diz que lê para pensar, para passar o tempo vê um filme, ou vê televisão, e concordo em parte com ele, gosto de ler para pensar,ler e demorar nas frases, voltar atrás se não percebi, é claro que para isso é preciso, primeiro: ter tempo, segundo: ter disponibilidade mental, porque ás vezes a vida exige tanto de nós que nem temos pachorra para estar a pensar e queremos é nos entreter, ou ler obras para passar o tempo, ou pelo simples acto de gostarmos de ler, se calhar até existem mais livros bons que nos entretém do que aqueles que nos fazem pensar. Continuo a acreditar que mesmo aqueles que nos entretém, fazem pensar mas isso é outra conversa.

Como disse " Mulher em branco" é, se calhar, a melhor história para começar a ler Rodrigo, para começar a ler Lobo Antunes aconselho-te começares a ler as crónicas dele, por exemplo na revista Visão, e depois passares para um romance mas mais antigo. Já o larguei várias vezes, já o voltei a pegar várias vezes e é de facto um desafio quando o começo a ler, um jogo entre eu e o escritor, é por isso que tens de ter o tal tempo e disponibilidade mental.

Para terminar que este comentário vai longo, só digo uma coisa: NUNCA entres para a leitura a pensar que ele é mau, que não vais gostar, que não o vais compreender, porque aí sim NUNCA o acharás bom, nunca irás gostar dele e nunca o irás compreender. Open mind :)

quinta-feira, novembro 15, 2007 2:58:00 da tarde  

só uma coisinha mais que me esqueci : o mundo é todo igual, todo formatado, ouvimos todos a mesma coisa, lemos tudo a mesma coisa, mostram-nos na televisão a mesma coisa, será que não é bom, por vezes, fugir disso tudo e querer fazer a diferença, ou ver/ler/ouvir coisas diferentes, por exemplo, ser alternativo ? :)))

PS: desculpa os comentários longos, isto daria para um debate :)

quinta-feira, novembro 15, 2007 3:02:00 da tarde  

Menphis, concordo plenamente com tudo o que disseste.
E acho que nada do que foi dito contradiz a tua maneira de ver as coisas.
Também não gosto de rótulos, e como dizes, para mim também são bons ou menos bons, ou mesmo maus.
O importante é ler. E ainda mais importante do que isso é gostar do que se lê, porque os livros têm a capacidade de nos transportar para um ambiente diferente. Só os que não conseguem fazer isso é que são mesmo de evitar!

Agora, uma coisa é certa_: fugir do comum, só porque ser alternativo é "fixe", parece-me apenas uma forma de rotular as coisas!

quinta-feira, novembro 15, 2007 7:13:00 da tarde  

Concordo contigo, muita gente gosta de ser "alternativo" para ser fixe, para ser aceite nos seus grupos de amigos, e depois nem dão valor às coisas.

sexta-feira, novembro 16, 2007 10:06:00 da manhã  

Ora bem! Tenho curiosamente a mesma opinião que a Miss Alcor, quando admite que um livro alternativo significa que a cima de tudo é diferente.

Pois, o último livro que li era um romance que ao principio custou um pouco. Quando digo custou, foi porque a forma como foi narrada é um pouco confuso na formação de ideias, e o exagero da descrição leva-nos a fechar o livro em poucos minutos. Mas felizmente como não sou de desistir á primeira, continuei e de facto valeu mesmo a pena, porque mais adiante conseguimos viver as emoções a flor da pele deixando o leitor completamente vinciado. Têm o nome de Os Demónios à minha Porta, de um jornalista absulotamente suberbo, quando demonstra nesta obra um percruso sobre o ser humano e a sua condição,o José Manuel Fajardo.

segunda-feira, novembro 19, 2007 12:08:00 da manhã  

Tens um blogue confuso, irra. Mas estás linkada.

quinta-feira, novembro 22, 2007 1:15:00 da manhã  

Um livro alternativo... são todos aqueles que leio e a maioria (das minhas amigas) não lê, porque os acha confusos ou muito pesados nas palavras escritas. Estava aqui a tentar lembrar-me do último livro que li desses, mas não me estou a conseguir lembrar de nenhum de momento... que chatice... Ah! Lembrei-me o "Ele e o Outro" de Herman Hesse é um desses livros. Gostei imenso da sua história, mas é um livro que tem uma certa complexidade e por isso exige muito mais de nós leitores. E ainda bem que assim o é, para nos deixar a pensar sobre o assunto.
Beijinhos lindinha

quinta-feira, novembro 22, 2007 9:26:00 da manhã  

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