«"Casanova, o petróleo da Arábia Saudita sempre foi muito fácil de explorar. Basta de facto, fazer um buraco e ele começa a saltar cá para fora como champanhe. Por que razão, neste caso, a Aramco se pôs a investir fortemente na alta tecnologia para extrair o petróleo?"
Tomás encolheu os ombros.
"Sei lá."
"Se os Sauditas estão a investir em tecnologia muito sofisticada para extrair petróleo do deserto, isso só tem uma explicação."
"Qual?"
"O petróleo deixou de jorrar como uma fonte."»
Quando comecei a ler este livro, surgiu-me uma memória bastante antiga. Há 14 anos atrás, fiz uma visita ao planetário com a escola. Antes de fazermos a visita guiada pelo recinto, vimos um filme onde nos foi explicado que o sol, como todas as estrelas, teria um fim. Inevitavelmente expandiria e explodiria quando a sua vida útil chegasse ao fim. Não foi uma imagem muito bonita a que se formou na minha cabeça. Comecei a fazer as contas aos anos que tal fenómeno iria demorar a acontecer, e cheguei à brilhante conclusão que felizmente já estaria a fazer tijolo quando tal coisa acontecesse!
Nunca pensei viver o suficiente para assistir a uma desgraça.
Ler "O Sétimo Selo", de José Rodrigues dos Santos é voltar de novo aquele planetário há 14 anos atrás, e refazer todo o pensamento de uma vida. Se calhar a desgraça não será para a próxima geração, mas já para esta...
Este livro consegue despertar medo, não pela história, mas pela realidade que retrata tão vividamente que chega mesmo a assustar. Não estamos aqui a falar de assassinos inventados, e muito menos de vampiros ou Dragões cuspidores de fogo. Estamos a falar do ambiente, das alterações climáticas e das consequências graves que estão neste momento em marcha, quase impossíveis de parar. A dependência do petróleo desta sociedade que já não vive sem conforto e luxo, e a falta de energias alternativa que compensem a falta do mesmo estão a levar a sociedade para um ponto sem retorno.
José Rodrigues dos Santos conseguiu aliar um bom enredo, a uma realidade que pesa sobre as nossas cabeças, e que é tão actual que quase parece impossível.
É compreensível que o livro já tenha atingido a 11ª edição, e é necessário que muitas pessoas o leiam, pois consegue de maneira acessível, ao modo que o autor já nos habituou, explicar a implicação das alterações que impusemos à Terra, com a nossa procura desmesurada de dinheiro fácil.
Dou os meus parabéns aos Escritor. Se me conquistou com "A Fórmula de Deus", com este "Sétimo Selo", ganhou uma fã, que consegue perdoar as partes más d' "O Códex 632".
Tomás encolheu os ombros.
"Sei lá."
"Se os Sauditas estão a investir em tecnologia muito sofisticada para extrair petróleo do deserto, isso só tem uma explicação."
"Qual?"
"O petróleo deixou de jorrar como uma fonte."»
Quando comecei a ler este livro, surgiu-me uma memória bastante antiga. Há 14 anos atrás, fiz uma visita ao planetário com a escola. Antes de fazermos a visita guiada pelo recinto, vimos um filme onde nos foi explicado que o sol, como todas as estrelas, teria um fim. Inevitavelmente expandiria e explodiria quando a sua vida útil chegasse ao fim. Não foi uma imagem muito bonita a que se formou na minha cabeça. Comecei a fazer as contas aos anos que tal fenómeno iria demorar a acontecer, e cheguei à brilhante conclusão que felizmente já estaria a fazer tijolo quando tal coisa acontecesse!
Nunca pensei viver o suficiente para assistir a uma desgraça.
Ler "O Sétimo Selo", de José Rodrigues dos Santos é voltar de novo aquele planetário há 14 anos atrás, e refazer todo o pensamento de uma vida. Se calhar a desgraça não será para a próxima geração, mas já para esta...
Este livro consegue despertar medo, não pela história, mas pela realidade que retrata tão vividamente que chega mesmo a assustar. Não estamos aqui a falar de assassinos inventados, e muito menos de vampiros ou Dragões cuspidores de fogo. Estamos a falar do ambiente, das alterações climáticas e das consequências graves que estão neste momento em marcha, quase impossíveis de parar. A dependência do petróleo desta sociedade que já não vive sem conforto e luxo, e a falta de energias alternativa que compensem a falta do mesmo estão a levar a sociedade para um ponto sem retorno.
José Rodrigues dos Santos conseguiu aliar um bom enredo, a uma realidade que pesa sobre as nossas cabeças, e que é tão actual que quase parece impossível.
É compreensível que o livro já tenha atingido a 11ª edição, e é necessário que muitas pessoas o leiam, pois consegue de maneira acessível, ao modo que o autor já nos habituou, explicar a implicação das alterações que impusemos à Terra, com a nossa procura desmesurada de dinheiro fácil.
Dou os meus parabéns aos Escritor. Se me conquistou com "A Fórmula de Deus", com este "Sétimo Selo", ganhou uma fã, que consegue perdoar as partes más d' "O Códex 632".
10 comentários:
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Quando lia o livro, pensava: "Isto é macabro!". Tal como tu disseste, fazemos as contas e vemos que, afinal, o perigo está eminente. Este livro nem é de terror e pôs-me o coração aos saltos...! E acho que, todos os dias, me apercebo da realidade e cada vez mais sinto esse perigo de, amanhã, o mundo entrar em colapso.
Aconselho o livro, fez mesmo pensar. Muito fácil de ler e acessível!
Só tenho um aspecto negativo a apontar (que, para mim, tira a qualidade): comparando aos livros anteriores (de que também gostei muito!), Tomás parece muito mais... burro! Ok, sei que não é a área de História o tema do livro, mas dada a sua experiência de vida e o facto de ser um professor catedrático, acho que não era necessário JRS ter posto o protagonista numa situação de completa ignorância! Compreendo ainda que era preciso o autor explicar a situação ao leitor tintin por tintin, mas mesmo assim não gostei de ver a personagem reduzida a um ignorante! Parece-me que Tomás perdeu algumas qualidades... A meu ver!
Pedro disse...
sábado, maio 24, 2008 11:31:00 da tarde
Ainda está lá em casa por ler, mas o tema em si desperta-me muito interesse. Acho que continuamos um bocado ignorantes no que às questões ambientais diz respeito e iniciativas deste género são sempre de louvar.
Célia disse...
domingo, maio 25, 2008 10:42:00 da manhã
Gostei imenso de mais esta história do autor. "A Fórmula de Deus" foi uma grande história, mas este consegue deixar-nos deveras apreensivos e a pensar muitas horas sobre o assunto.
Não é fácil lutar para que as coisas mudem, mas se cada um de nós fizer a sua parte...
susemad disse...
segunda-feira, maio 26, 2008 9:50:00 da manhã
Tenho este livro em casa, mas ainda não peguei nele. ;(
Já li todas os romances de José Rodrigues dos Santos, tendo sido "A Ilha das Trevas" a obra que mais gostei !
Também gostei de "A Filha do Capitão", não desgostei do Codex e nem da Fórmula de Deus !
Paula Abreu Silva disse...
terça-feira, maio 27, 2008 3:35:00 da tarde
Ainda só li o Codex, e gostei bastante. Tenho ali na estante `*a espera de serem lidos "A Fórmula de Deus" e o "Sétimo Selo". Ainda não tinha lido nenhuma crítica a esta último, obrigada :)
anaaaatchim! disse...
quarta-feira, maio 28, 2008 11:48:00 da manhã
Ainda não o li, só pelo prazer de saber que o tenho ali à mão à espera de ser lido? Percebes, não percebes?
:)
Sou fã absoluta da escrita do JRS.Já li "A Ilha ..", "A Filha ..", o "O Codex.." e a "A Fórmula.."
Um espanto!
Custódia C. disse...
quarta-feira, maio 28, 2008 1:25:00 da tarde
O Sétimo Selo é mostra que o Rodrigues dos Santos ganhou maturidade literária e deixou de ser apenas a versão portuguesa do Dan Brown. A Fórmula de Deus já indicia esse passo, mas só agora ele se torna firme. O Códex 632 é apenas uma tentativa, um rascunho... Já A Filha do Capitão, seu segundo romance, foge um pouco dos padrões e por isso mesmo o considero bom. A Ilha das Trevas não li ainda.
Mais sugestões: http://www.memoriasdeareia.wordpress.com
Anónimo disse...
quinta-feira, junho 05, 2008 12:14:00 da tarde
Ora aqui está um livro em lista de espera!
Parabéns pelo blogue!
Joana Pinto disse...
quarta-feira, outubro 08, 2008 11:27:00 da tarde
já o li, ou melhor devorei-o!
passei por aqui e resolvi deixar um comentário... vou voltar :-)
tulipa_negra disse...
terça-feira, outubro 14, 2008 4:42:00 da tarde
Este livro será certamente um dos próximos da minha lista. Sou também uma fã incondicional de JRS, sendo que até gostei e muito d'O CODEX 632.
Apenas acho que a personagem principal necessita de ser trabalhada um pouco mais para a tornar menos sensaborona HEHEHE
Mónica disse...
sábado, outubro 18, 2008 10:07:00 da manhã