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Atar Pontas Soltas

Só hoje terminei o "Norwegian Wood" de Haruki Murakami. O link remete para o 4º post escrito neste Blog. O primeiro livro que decidimos ler.
A Mizar leu, deixou-nos a sua opinião e eu deixei-me arrastar, fui lendo outras coisas, até que decidi atar aquela ponta solta, que desde há muito pesava nas minhas costas.
Depois de tantos meses parado na página 152, de Sábado até hoje, avancei até à palavra Fim. A verdade é que não foi um livro difícil de ler. Mesmo em inglês, as palavras fluem a um ritmo rápido e preciso e a história desenrola-se com suavidade.
O cenário é Tóquio. Uma cidade imensa, anónima, onde qualquer um pode passar despercebido.
As personagens de Murakami são claramente produto do sítio onde vivem. Negras e tão sombrias como nevoeiro.

Este não é um livro fácil. É fácil lê-lo. O difícil é perder a sensação que nos envolve depois de o terminarmos.
Não sei se já vos aconteceu acabar de ler um livro e ter dificuldade em perder aquelas personagens, aquelas vivências e ambientes? Este é um desses livros. No entanto, o lugar onde ficamos é frio e viscoso como lama. Agarra-se à nossa pele, e custa a sair, ao ponto de ficarmos num lugar que não conhecemos. Completamente sozinhos. Completamente submergidos naquela tristeza, ao ponto de sentirmos que perdemos algo, sem saber bem o que perdemos.

7 comentários:

Miss, por diversas vezes já estive com livros desse senhor na mão e só ainda não adquiri já sabes porquê. A tua opinião motivou-me para a minha próxima visita à FNAC :)

terça-feira, maio 08, 2007 10:16:00 da manhã  

Mesmo depois do que eu escrevi, ainda estás a pensar comprar???
E eu aqui a pensar que desmoralizava qualquer um. Eu ainda estou assim um bocadinho entristecida...

terça-feira, maio 08, 2007 10:51:00 da manhã  

Desse autor já li " Sputnik, meu amor" e adorei-o ler. Uma história curta, mas muito bela e intensa.

Ainda não li esse livro, estou curioso até porque fala dos Beatles e de uma grande música deles. Mas talvez vá para o " Kafka à beira mar" de quem já ouvi falar maravilhas, já o leste ?

terça-feira, maio 08, 2007 10:52:00 da manhã  

Menphis_Child, só li mesmo este. Também já tinha ouvido dizer muito bem do "Sputnik meu amor" e o primeiro livro deste autor que tive nas mãos foi o "Kafka à Beira-Mar", mas como nos emprestaram este, decidimos lê-lo.
É assim, não digo que não seja um bom livro. Mas é um livro sobre a solidão. Sobre o desespero. E é tão triste que fica em nós, como se a tristeza também fosse nossa. Não sei quais os enredos dos outros livros, mas tão cedo não pego noutro! Quero ler alguma coisa leve agora! Depois do Pamuk, e agora o Murakami, tenho uma dose de tristeza extra na minha vida!
Mas se aconselhas o Sputnik, então um dia destes damos-lhe uma hipótese aqui na nossa lista! ;)

terça-feira, maio 08, 2007 11:28:00 da manhã  

Também ando a precisar de um livro positivo, recheado de humor para gozar este sol todo, é só ouvir músicas tristes, ler livros tristes, preciso de dar cor ao que leio/ouço/vejo.

terça-feira, maio 08, 2007 2:15:00 da tarde  

Fui reler o que tinha comentado quando li o livro e agora à distancia, devo ainda acrescentar, que a tristeza fria que este livro deixa a quem o lê fica durante muito tempo na memória... Assim que ouço Norweegian Wood não consigo deixar de pensar na imensa solidão em que muitos de nós andamos mergulhados... afogados.

Mizar

sexta-feira, maio 11, 2007 3:57:00 da manhã  

Pois fica... demasiada tristeza. Demasiada solidão.
Até dá pena!

sexta-feira, maio 11, 2007 12:00:00 da tarde  

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