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Dava um bom nome para um livro... mas só me estou a referir ao Senhor do Círculo de Leitores, que passou aqui hoje para entregar os meus pedidos.


Não tenho lido muito ultimamente... quero saber onde vou buscar o tempo agora!!!

Boas Leituras!

(Con)Textos XI

«-Comecemos com esta ideia.-disse Morrie- Toda a gente sabe que vai morrer, mas ninguém acredita nisso. Se acreditássemos, faríamos as coisas de modo diferente.

Então iludimo-nos quanto à morte, disse eu.
-Sim. Mas há uma abordagem melhor. Saber que se vai morrer, e estar preparado para isso a qualquer momento. É melhor. Desta maneira podes estar mais envolvido na vida enquanto estás vivo.
-Como podes alguma vez estar preparado para morrer?
-Faz como fazem os Budistas. Todos os dias, tens um passarinho no teu ombro que te diz: " É hoje o dia? Estou pronto? Estou a fazer tudo o que preciso de fazer? Estou a ser a pessoa que quero ser?".
É verdade Mitch:- Uma vez que tenhas aprendido a morrer, aprendes a viver.» As Terças com Morrie, Mitch Albom

Apesar de ser um pensamento que recalcamos constantemente, é uma das únicas verdades absolutas: Todos vamos morrer (pelo menos fisicamente!).
Acolher essa ideia na nossa mente, apesar de parecer mórbido, ajuda-nos a dar valor ao que temos, ao invés de ficarmos tristes pelo que não podemos ou desejariamos ter.
E se calhar somos senhores do mundo e não sabemos!

Fonte Imagem

Ponto de Origem

«Kay Scarpetta, médica-legista chefe da Virginia regressa em mais um episódio da sua luta contra o crime.
Alguém com quem tinha privado durante um certo tempo no seu passado, e que afinal se tinha revelado uma perigosa e astuta serial killer, volta a ensombrar a sua vida. Agora internada numa instituição psiquiátrica, e passados cinco anos, Carrie envia uma mensagem críptica, cujo ameaçador significado a investigadora e o companheiro, Benton captam plenamente.
Uma série de estranhos crimes mascarados por fogos postos revelar-se-á como um cerco tenebroso que se aperta em torno de Scarpetta e daqueles que ela mais ama, culminando tragicamente num dos acontecimentos mais dolorosos da sua vida.

Patricia D. Cornwell atinge o seu melhor no tratamento do factor complexidade das personagens e na mestria com que entrelaça o enredo policial com as histórias pessoais.
A qualidade muito própria da sua escrita de invade de forma empolgante toda a narrativa, criando situações cheias de vivacidade que resultam fortemente apelativas para o leitor.»
Fonte: Webboom

PS- Sim, esta capa mete mesmo medo!!!

O nome do nosso Blog escrito com caracteres Egípcios

Podem fazer o vosso aqui.

Top 10

O top 10 das histórias românticas:

1º- O Monte dos Vendavais, Emily Brontë (1847)
2º- Orgulho e Preconceito, Jane Austen (1813)
3º- Romeu e Julieta, William Shakespeare (1597)
4º-Jane Eyre, de Charlotte Brontë (1847)
5º-E Tudo o Vento Levou, Margaret Mitchell (1936)
6º-O Paciente Inglês, Michael Ondaatje (1992)
7º-Rebecca, Daphne du Maurier (1938)
8º-Doutor Jivago, Boris Pasternak (1957)
9º-O Amante de Lady Chatterley, DH Lawrence (1928)
10º-Longe da Multidão Insana, Thomas Hardy (1874)

Como podemos confirmar, o amor é intemporal. Desde sempre se escreveram histórias de amor, e de certeza que muitas mais serão editadas com sucesso.
Dos 10 livros, já li 4 (sim, a verdade é que sou uma romântica incurável... um caso perdido!): O Monte dos Vendavais, O Orgulho e Preconceito, O Paciente Inglês e a Rebecca.

Boas Leituras!

PS- Recomendo o Orgulho e Preconceito, que como todos sabem é o meu romance preferido... digam lá as votações o que disserem!

«Escritas na primeira pessoa, As Memórias de Cleópatra começam com as suas recordações de infância e vão até ao seu glorioso reinado, quando o Egipto se torna num dos mais deslumbrantes reinos da Antiguidade. As Memórias de Cleópatra são uma saga fascinante sobre ambição, traição e poder, mas também são uma história de paixão.
Depois de ser exilada, a jovem Cleópatra procura a ajuda de Júlio César, o homem mais poderoso do mundo. E mesmo depois do assassinato daquele que se tornou o seu marido, e da morte do segundo homem que amou, Marco António, Cleópatra continua a lutar, preferindo matar-se a deixar que a humilhem numa parada pelas ruas de Roma.
Na riqueza e autenticidade das personagens, cenários e acção, As Memórias de Cleópatra são um triunfo da ficção. Misturando História, lenda e a sua prodigiosa imaginação, Margaret George dá-nos a conhecer uma vida e uma heroína tão magníficas que viverão para sempre.»

Fonte: Saída de Emergência

Acompanhei a série "A Ferreirinha" na RTP1 com a maior das atenções. A história era deliciosa, as personagens estavam muito bem caracterizadas e as interpretações fabulosas. Foi, a meu ver, a melhor série portuguesa dos últimos tempos.
Comprei a "Fúria das Vinhas" porque Francisco Moita Flores interliga elementos da série com outra história. A história de um assassino e do bacharel que o vai perseguir pelos socalcos do Douro.
Se a série televisiva é genial, o livro não lhe fica atrás. Aliás, é um dos melhores livros que li nos últimos tempos, e não têm sido assim tão poucos como isso. As minhas expectativas eram altas, mas foram claramente superadas.
Francisco Moita Flores fez uma coisa absolutamente surpreendente e inovadora: confrontou uma investigação criminal nos primórdios da sua existência (e toda a inovação que acarreta), com o conhecimento do povo e as reticências desse povo em evoluir e em aceitar a ciência. O facto do livro se passar no Douro ajuda à trama. São cidades e aldeias, muito pequenas, onde o presidente da câmara é também o barbeiro, e o médico ainda receita mezinhas. São as bruxas e as superstições. São os boatos e os contos e ditos das vizinhas.

Tudo isto entra em choque com a personagem de Vespúcio Ortigão. Versado em Direito, cita Teófilo Braga e Voltaire. Contrariando todos os dados adquiridos das gentes do Douro. Falava em autópsias e estetoscópios. Em Deus e no Diabo na mesma medida. Era um herege. Um "maluquinho", que tinha ficado afectado por tanto estudo e leitura.

E claro, depois temos a Ferreirinha. Uma Mulher, que ousou fazer frente a tudo e a todos e que nunca perdeu o amor às suas terras e à sua gente mesmo apesar das contrariedades. Antónia Adelaide Ferreira colocava o Douro e a sua gente à frente de tudo. Teve de lutar contra as pragas das vinhas (especialmente contra a Filoxera, que quase destruiu o vinho do Porto), filhos gastadores e pouco dedicados à mãe e ao Douro, o Governo (que do alto da sua importância não a queria deixar estender a zona demarcada do Vinho do Porto) e claro, contra a ignorância das pessoas e a sua falta de confiança.
A Ferreirinha foi, sem sombra de dúvidas, uma das pessoas mais importantes e fascinantes do nosso país. Foi uma Mulher diferente do seu tempo. Uma mulher que não teve medo de lutar pelas suas convicções, e que salvou aquilo que é hoje uma das nossas maiores e mais representativas imagens: o Douro e o Vinho do Porto.
Antónia Ferreira mereceu este livro. E Portugal também. Representa a antítese máxima daquilo que continua a vigorar na nossa sociedade: o conhecimento e a ciência contra as crendices do povo. Ainda hoje estamos parados. Ainda hoje negamos o conhecimento, e só o aceitamos quando somos obrigados à custa de multas e certificações.

Um livro maravilhoso, de um autor muito "nosso" e que fala de nós, e do nosso passado tão presente... como se a única coisa que tivesse mudado fossem os cavalos em troca de motores.
Como se costuma dizer na minha terra: "Ponho as mãozinhas no fogo por este livro". Leiam, e garanto que não se arrependem!

A Fúria das Vinhas

« Este romance recupera factos e histórias que Francisco Moita Flores não incluiu na série que escreveu para a RTP com o título A Ferreirinha. Narra a epopeia da luta contra a filoxera, uma praga que, na segunda metade do século XIX, ia destruindo definitivamente as vinhas do Douro. Na mesma altura em que, por toda a Europa, surgiam as primeiras técnicas e tentativas de criação de um método para a investigação criminal.
Moita Flores criou um bacharel detective – Vespúcio Ortigão – que, na Régua, persegue um serial killer, confrontando-se com o medo, com as superstições, com as crenças do Portugal Antigo que, temente a Deus e ao Demónio, estremecia perante o flagelo da praga e dos crimes. É uma ficção, é certo, mas também um retalho de vida feita de muitos caminhos que a memória vai aconchegando conforme pode.»

Não resisto a colocar aqui uma citação que prova que a evolução do conhecimento é realmente uma coisa maravilhosa!

«-Embora no seu caso tenha de haver cautela. Esta gripe pode também surgir como sinal de Morbus Litteratorum.
-O quê?
-Uma doença que ataca pessoas que estudam ou escrevem em excesso. Os humores precipitam-se, o espírito descontrola-se e os orgãos perdem a vitalidade. Foi a doença que vitimou Pascal, que antecipou a morte de Mozart e de muitos outros iluminados. É uma doença que é um castigo directo porque quem se apaixona pelo saber até aos limites da cegueira não cumpre o respeito que merecem dias santos e festas de guarda, absorvido pelo entusiasmo que mais não é do que o sintoma maior da doença.»

Delicioso!

Condenados à Partida

«Relapsa, uma palavra fatal. Significava uma alma que aceitara Cristo, apenas para O rejeitar mais tarde; o abominável "pecado contra o espírito santo", que nem a igreja nem deus podiam perdoar. Uma vez pronunciada a palavra relapsa, seguir-se-ia uma execução.»

Terminei o livro "No Tempo das Fogueiras" de Jeanne Kalogridis. A autora evoca um tempo do qual pouco conhecemos mas que apaixona pelo modo de vida e de pensamento: a Idade Média. A história acontece no ano de 1357, quando Sybille, uma Abadessa com estranhos poderes de cura, é aprisionada para ser queimada como herege.

O irmão Michel (escrivão a quem Sybille cona a sua história) acredita na sua inocência, mas a ordem do Bispo não deixa margem para dúvidas: a herege tem de ser queimada na fogueira. E não quer provas da sua inocência.

Um livro que evoca a Inquisição, a Guerra dos 100 anos e a peste, que juntas mataram milhares de pessoas. Um livro que fala de um culto não aceite pela Igreja Católica: o Culto da Deusa. E que nos leva a descobrir uma Raça que tem de ser preservada a todos os custos: os Homens que adoram a Deusa e que não podem deixar esquecer a sua poderosa mensagem.

Um livro curioso e muito pormenorizado, com um final muito surpreendente, sobre um tempo que queremos esquecer, mas que faz parte da nossa história. Um livro que nos lembra que para podermos seguir em frente, temos de superar os nossos medos, pois só assim podemos ser suficientemente fortes para atingir a perfeição...mesmo que os outros não queiram que o façamos, e mesmo que o caminho seja pedregoso.

Este Fim-de-semana tive o prazer de visitar uma das bibliotecas mais antigas e mais importantes deste País: a Biblioteca Joanina, na Universidade de Coimbra.
Foi mandada edificar por D. João V e ficou concluida entre os anos de 1717 e 1728. Alberga 200 mil volumes, 40 mil dos quais só no piso nobre (o que pode ser visitado). As colecções datam dos séculos XVI, XVII e XVIII e representam na sua maioria o que de melhor havia na Europa culta daquele tempo. Com a devida justificação, um investigados pode consultar os livros, sendo que eles são retirados pelos funcionários e levados para a Biblioteca Geral.

A preservação dos exemplares é a principal preocupação, mas o próprio edifício foi construído de maneira a que os livros estivessem cuidadosamente guardados.
-As paredes exteriores têm espessura de 2 metros e 11 centímetros e a porta é de Teca, o que ajuda a manter uma temperatura constante entre 18 a 20 graus centígrados.
-O facto do interior da biblioteca estar todo revestido a madeira, permite uma taxa de humidade relativa de 60%, o que contribui para a estabilidade do ambiente.

Resolvidos os problemas da temperatura e da humidade, falta-nos os insectos. Os papirógrafos (insectos que comem papel) são um problema grave no que diz respeito à conservação de livros antigos. Para proteger os volumes, existem duas defesas:
-As estantes são de Carvalho, que é uma madeira bastante resistente e densa o que dificulta a entrada dos bichos, e para além disso exala um odor que os repele!
-Para além disso, no interior desta fantástica biblioteca, existe uma colónia de morcegos. Sim, leram bem: MORCEGOS! As mesas da biblioteca são protegidas todas as noites (porque são também antiguidades!), e os morcegos circulam livremente, comendo os insectos que ainda resistirem.

Vale a pena visitar. É um autêntico templo literário!

Porque isto dos blogs é como andar na rua. Queremos andar bem-vestidos para nos apresentarmos bem a todos os que passam!

E por isso inventaram os templates! Para andarmos "bem-vestidos" na blogosfera!

Mas ao contrário do que se diz por aí, não é só "copiar e colar"! Felizmente que podemos contar com os amigos!

Por isso, manifesto o meu agradecimento à Canochinha (Espaço Rosa, Beicinho, Estante de Livros) e ao Chateaufiesta (Beicinho), pela paciência e pela preciosa ajuda que me deram a "vestir" a Constelação.

Espero que gostem! Eu, sem falsas modéstias, estou regalada!

No Tempo das Fogueiras

«Transportando o leitor para a França do séc. XIV, terra fértil em hereges, Jeanne Kalogridis conta-nos a história de Sybille, uma rapariga com estranhos e inexplicáveis poderes.Como se não bastasse a Guerra dos Cem Anos e a terrível Peste Negra, a Inquisição acende dezenas de milhares de fogueiras para queimar hereges. E quando a avó de Sybille é torturada e queimada, só lhe resta fugir para um convento. Os seus dons de cura e premonição permitem-lhe subir na hierarquia da Igreja e na admiração do povo que a adora como uma santa.
Mas, aos olhos do Papa, Sybille é uma ameaça e uma bruxa que tem de ser atirada ao fogo. Quando é presa, cabe ao jovem inquisidor Michel interrogá-la. Este agradece a Deus a sua sorte, pois sempre acreditou na santidade de Sybille e assim poderá salvá-la. Mas quando ela lhe conta a sua história, toda a fé do jovem ameaça ruir. Para piorar, de dia sofre pressões para a queimar, e de noite arde de desejo por ela.»

Fonte: Saída de Emergência


Embrenhei-me completamente neste livro, ao ponto de o ler quase de um fôlego. Mais uma vez Joanne Harris cria um livro cheio de cor e sabores que nos deixam inebriados. Ler os Cinco Quartos de Laranja é como ficar submergido numa poça de alperce e framboesa, um consolo para os sentidos. A ideia de nos conquistar com receitas deliciosas já não é nova na autora, mas é sempre bem-vinda.

«A minha mãe tinha uma paixão por todos os frutos excepto laranjas, que sempre se recusou a ter em casa. Baptizou cada um de nós, aparentemente por capricho, com nomes de frutas e receitas – Cassis, como o seu espesso bolo de groselha preta; Framboise como o seu licor de framboesa; e Reinette como a sua tarte de rainhas-cláudias segundo o nome das ameixas reine-claude que cresciam contra a parede sul da casa, rechonchudas como uvas e xaroposas de vespas a meio do verão.»

Uma mãe viúva, aparentemente fria e seca, 3 filhos pequenos, numa pequena terra no Vale do Loire, em França, são os elementos principais da história.
É Framboise, a filha mais nova, que nos conta a história muitos anos depois dela ter acontecido. Esta foi uma família destruída pelos mal-entendidos e pela convenções estabelecidas. Uma mãe que nunca mostrou amor aos filhos, apesar de virmos a saber que intimamente não pretendia ter-se comportado assim. Os filhos que acabaram por se afastar à custa do rancor que por ela sentiam, especialmente a mais nova, que chegou muitas vezes a vingar-se do comportamento da mãe à custa de um pormenor curioso.
Mirabelle sofria de enxaquecas. Durante estes ataques sentia um acentuado cheiro a laranjas que a deixava indisposta e completamente desvairada. Normalmente deitava-se e deixava os filhos entregues a si. A pequena Framboise, assim em jeito de vingança e também de necessidade (para ir ao cinema com os irmãos!) escondia saquinhos com cascas de laranja, para induzir os ataques da mãe, de modo a ficarem livres!

E é assim, no meio de receitas e de ataques de migraine, de uma caça ao “velho” um lúcio que era conhecido por atrair desgraça, e do envolvimento com um soldado alemão Tomas Leibniz, que se desenrola a história.
Só muitos anos mais tarde é que percebemos porquê que a família caiu em desgraça em Les Laveuses e só nesse momento é que Mirabelle se revela mostrando o modo como salvou os filhos, se bem que nunca se tenha redimido completamente.

É um livro que nos lembra o poder do amor e da amizade, e que nos mostra que devemos ter muito cuidado com aquilo que desejamos, porque pode mesmo tornar-se verdade.


A Praia Roubada é uma história original. Joanne Harris inventa uma pequena ilha, com duas comunidades: Uma (La Houssinière), que protegida do vento e das correntes marítimas consegue prosperar e enriquecer à custa do turismo; a Outra (Les Salants), mais exposta às condicionantes marítimas, vai definhando ao sabor do vento e das inundações à custa da subida do mar.
Mas a história não é assim tão simples. Para além de todos estes problemas relacionados com o ambiente físico, temos as rivalidades. Entre comunidades: Os Salannais não suportam os Houssins, e vice-versa. Anos de pequenos atritos e o facto de La Houssinière ter prosperado, causam tensão entre as pessoas, que fazem tudo o que podem para se prejudicar mutuamente.
Para além disso, dentro da própria comunidade, com particular relevância para Les Salants (uma vez que a personagem principal é uma Salannais que volta a casa), existem antigas rivalidades entre as famílias. À custa de boatos, pequenas discussões, suspeitas sem fundamentos, os Salanais em vez e se unirem de modo a lutar para que a sua comunidade prospere, vão lutando entre si, discutindo.
A única coisa que os une, é mais tarde, a luta para que a sua aldeia não se afunde nas àguas agitadas, e aí sim, funcionam como uma verdadeira comunidade, afogando pequenas reservas uns dos outros e trabalhando em conjunto contra La Houssinière.
O livro conta a história desta luta. Mas lembra um pormenor engraçado: confiar nos forasteiros, sem sabermos nada deles, pode trazer consequências graves. Além disso, tal como se repete muitas vezes ao longo do livro, "tudo retorna", e roubar uma praia pode ter consequências graves!

Um livro que evoca a mesquinhez de viver numa pequena aldeia: os boatos, as "cusquices", e claro as reservas antigas que temos muita dificuldade de ultrapassar. No entanto, foi um livro que me custou bastante ler. Só no fim consegui encontrar aquela fluidez que nos acompanha quando lemos um livro que gostamos, em que as páginas parecem voar.
Não posso dizer que é um mau livro: tem uma história consistente, engraçada e até original. No entanto falta-lhe qualquer coisa: não consigo definir bem o que é, mas talvez seja aquela magia, que nos levanta os pés do chão e nos faz querer mais e mais, chegando ao ponto de ficarmos tristes por o livro ter acabado.

Boas Leituras!

(Con)Textos X

«A areia fascinava-nos. Víamo-la agora de um modo diferente; já não era uma poeira dourada mas os detritos de séculos: ossos, conchas, partículas microscópicas de matéria fossilizada, vidro pulverizado , pedras trituradas, fragmentos de tempos inimagináveis. Havia pessoas na areia: amantes, crianças, traidores, heróis. Havia telhas de casas há muito demolidas. Havia guerreiros e pescadores, havia aviões nazis e louça partida e deuses despedaçados. Havia rebelião e derrota. Havia tudo e tudo era igual.» A Praia Roubada, Joanne Harris

A imensidão, a força, e a influência do mar nas nossas vidas. Era mesmo capaz de acrescentar que a areia contem a nossa história. Os restos de pregos das caravelas, pedras preciosas perdidas nas tempestades, as bombas que caem sem pena, os submarinos que se perdem no mar.
No fundo, está tudo ali, na areia. Estamos todos lá, porque parte da nossa história também lá está. E eu nunca tinha pensado nisto...

A Biblia de Barro

«Traficantes de arte que chegam a extremos inimagináveis para conseguirem peças raras, agências internacionais de assassinos contratados, o mundo da arqueologia e os seus segredos…
Tendo como pano de fundo a iminente invasão do Iraque pelos Americanos, a autora constrói esta empolgante engrenagem narrativa que remonta à origem dos tempos e mantém o leitor em suspenso até à última página. Thriller de alta tensão, romance histórico, retrato impiedoso das misérias humanas e dos baixos interesses que movem o mundo… Tudo vem confluir nesta trama povoada de personagens inquietantes, num quebra-cabeças que tem como ponto de partida um episódio-chave da Bíblia, o Génesis.
As duas placas de barro encontradas junto da antiga cidade de Ur serão realmente a transcrição do relato feito pelo patriarca Abraão sobre a Criação do mundo? Se assim for, a descoberta será um dos maiores feitos arqueológicos de sempre. Mas, haverá tempo para encontrar as restantes antes da invasão do Iraque?»

Julia Navarro constroi um romance empolgante, onde a trama vai crescendo, até atingir o seu pico máximo perto do fim, onde os mistérios são finalmente desvendados. Apesar do desenrolar algo lento, o fim é esmagador. Toda aquela tensão acumulada parece esvair-se nas últimas páginas, ao ponto de comover o leitor mais concentrado na escrita.

É um livro inteligente e com uma caracteristica engraçada: ao género das diferenças que existem entre os filmes europeus e os filmes americanos, este livro poderia ser classificado de Europeu, desde a primeira página até à última. Apesar de ter por base a invasão do Iraque pelos americanos, e de falar dos negócios escuros que se desdobram à margem do país (imagem de marca Americana), Julia Navarro possui uma escrita que não se deixa cair na tentação hollywoodesca. Todas as perseguições e grandes esquemas (muito ao género de Dan Brown!) são claramente postos de parte.
Não é que o livro não fale deles, porque fala. Mas de uma forma subtil e pausada, mais próxima da realidade, e muito mais assustadora.

Não posso dizer que foi dos melhores livros que li. É tão real e tão crú, que acaba por retirar aquele consolo no final, quando descobrimos que afinal o bem ainda consegue triunfar. Não é que seja apenas adepta de livros com finais felizes, mas este consegue ser tão real, que lembra este mundo injusto em que vivemos, onde infelizmente, os actos pérfidos ainda conseguem passar impunes.

Boas Leituras!

Fonte: Webboom

São muitas as curiosidades do livro "O Último Catão". Destaco duas pelo interesse de que se revestem, mas também pelo impacto e importância de uma delas na nossa vida diária.

A Guarda Suíça

Assinalou-se em 2006, os 500 anos da existência da Guarda Suiça. Os defensores dos Sumos Pontífices atraem as atenções não só pelas exigências necessárias à sua admissão, mas especialmente pela singularidade dos seus uniformes.
Do corpo da Guarda Suíça só podem fazer parte homens de constituição física robusta, católicos, com educação superior e com treino militar do Exército Suiço. Devem ter idade entre 18 e 30 anos e reputação criminal e social absolutamente imaculadas.
Apesar do colorido Uniforme ser atribuido a Miguel Ângelo, foi na verdade Jules Repond, um dos comandantes que o desenhou em 1914.



A "Superioridade" da Igreja Católica

Foi o Papa Bento XVI quem permitiu que um dos mais polémicos textos da fé católica viesse de novo a público. A 10 de Julho deste ano, o Vaticano afirmou que a "Igreja Católica é, sempre foi, e será a única igreja de cristo". É de lembrar que o seu predecessor, João Paulo II tinha já desmentido este texto.
A explicação para esta declaração é sustentada no facto de todos os Papas serem sucessores de Pedro, o primeiro Papa da Igreja Católica.
No livro "O Último Catão" este tema é abordado pelas personagens uma vez que o Professor Farag, arqueólogo em Alexandria, foi educado na fé da Igreja Ortodoxa Copta e a Doutora Salina era freira educada na religião Católica.
As discussões à volta deste tema, apresentam a Igreja Católica como provocadora de conflitos entre todas as religiões, ao afirmar-se superior a todas as outras.
Inacreditavelmente em pleno século XXI, ao invés de se preconizar o diálogo entre os povos, ainda conseguimos ficar presos em discussões mesquinhas, que levantam a ira das pessoas. Afinal, muitas das guerras que ainda hoje se mantêm activas são evocadas pela religião, à custa do lema "O meu Deus é melhor que o teu".
Não deixa de ser curioso verificar que aqueles que andam pelo mundo a servir-se da palavra de Deus para castigar os homens pelos seus pecados, continuem a dar origem a conflitos entre esses mesmos que dizem ser pouco respeitadores, quando eles próprios não dão o exemplo! Poderiam dizer-me para eu seguir a velha máxima: "Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço", mas parece-me que de falsos moralismos está este mundo cheio.

A verdade, que também é destacada pela personagem da Dra Salina, é que a fé é a única coisa que importa. Mas será essa fé na mentira mais importante que a verdade? Será legitimo esconder a verdade apenas porque contraria aquilo que está estabelecido há muitos anos? São contradições que retiram, na minha modesta opinião, credibilidade à Igreja Católica e que acabam por afastar as pessoas daquilo que realmente é importante: viverem a sua vida com integridade e justiça, quer seja em nome do Deus Católico, do Deus Ortodoxo, ou do Deus Muçulmano.

Daí que os bons livros nem sempre são os mais bem escritos, e muito menos aqueles que não apresentam qualquer falha nos seus argumentos. Os bons livros são aqueles que nos deixam a pensar, e que de alguma maneira marcam a nossa forma de ver o mundo!

Cometas e Estrelas Cadentes para todos!

Livro das Férias

Quando se levantou naquela manhã, a Dra Ottavia Salina, Freira da Ordem da Venturosa Virgem Maria e directora do Laboratório de Restauro e Paleografia do Arquivo Secreto do Vaticano, nunca imaginou a reviravolta que a sua vida estava prestes a dar.
Um homem morreu. Estranhas tatuagens marcavam-lhe o corpo: 7 cruzes todas diferentes e 6 letras gregas.
O papel da Dra Salina é examinar as fotos da autópsia e tentar descobrir o que aconteceu.
O estranho enigma revela o nome duma seita. Excomungada pela Igreja Católica, a seita era a guardiã do Madeiro Sagrado, a verdadeira cruz onde cristo foi cruxificado. Os ligna-cruxis, os pedaços desta cruz, distribuidos pelas várias igrejas para serem exibidos como reliquias começam a desaparecer. Tudo aponta para a existência da seita que se pensava desaparecida, e o Vaticano empenha-se na recuperação dos pedaços roubados.

7 Cidades, 7 pecados.
" A expiação dos 7 graves pecados capitais realizar-se-á nas 7 cidades que ostentam o terrível privilégio de serem conhecidas por praticá-los perversamente. A saber: Roma, pela sua Soberba, Ravena pela sua Inveja, Jerusalém pela sua Ira, Atenas pela sua Preguiça, Constantinopla pela sua Avareza, Alexandria pela sua Gula e Antioquia pela sua Luxúria. Em cada uma delas, como se fosse um purgatório na terra, penarão pelas suas faltas para poderem entrar no lugar secreto a que nós, os Staurofílakes chamaremos de Paraíso Terreal."

Seguindo as pistas semeadas na Divina Comédia de Dante, os protagonistas, a Dra Salina, Kaspar Glauser-Röist, Capitão da Guarda Suiça e o Professor Farag, Arqueólogo em Alexandria, embarcam numa perigosa busca pelos ligna-cruxis roubados, tentando superar as provas dos Staurofílakes.

Um livro maravilhosamente escrito, que junta a rapidez de uma perseguição hollywoodesca, à grande Divina Comédia e claro, ao elemento essencial que dá o mote à obra: a ténue linha que separa o bem do mal.
A não perder!

Fonte: Booket

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