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Já Cá Mora!

Harry Potter e Os Talismãs da Morte

Não resisti a comprá-lo!

Não é um livro para ler. É um livro para saborear. Vai andar na carteira, de um lado para o outro, para eu acompanhar o último livro da saga, com a verdadeira atenção que ele merece.

Sabe-me bem trazê-lo comigo. É como aquela companhia que simplesmente não me falha!

...é que posso perder-me nas frescas florestas de Sevenwaters num momento, para a seguir me esconder numa passagem secreta do castelo de Hogwarts, e terminar o dia nas belas paisagens do Derbyshire.

É por isso que leio. Para me encontrar, neste mundo onde às vezes me sinto perdida.
E vocês, onde gostavam de se perder?

À(Parte)

Foi lançado o desafio: o que é ou não ser "alternativo" (obrigada Menphis, pela bela sugestão!).

Ao comentar sobre o livro "A Casa Quieta", de Rodrigo Guedes de Carvalho, chamei-lhe: "alternativo". É preciso ressalvar que nem tudo o que é alternatico, é mau!

Esclarecido este ponto vamos à pergunta: O que é ser "alternativo"?
Com tantas correntes e tantas nuances, o mundo da leitura é um pau de dois bicos. Por um lado temos os que gostam de ler, e os que não gostam. Depois temos os que só escolhem determinado estilo de livros, ou por necessidade (por exemplo, ler livros técnicos), ou por simples estatuto.

Outro aspecto importante é a posição do leitor em todo este mercado: quem acaba por ser determinante, em última análise, é o leitor, por mais campanhas de marketing que sejam feitas. Quem determina se um livro por mais caro, grosso ou estranho que seja, vai ser um campeão de vendas é o leitor que o compra e lê, fala sobre ele, oferece aos amigos, ou apenas o recomenda.

Para mim, ser alternativo, significa simplesmente ser diferente. Significa que é o tipo de livro que demoro tempo a ler, que demoro tempo a compreender, e que pode ou não ser um dos livros da minha vida. "A Casa Quieta" é um bom exemplo de um dos livros alternativos que não se transformou num dos livros da minha vida. Outro exemplo é o livro "As Velas Ardem até ao Fim" de Sandór Márai. Não é um livro fácil, é um livro que demora a entranhar na pele, mas uma vez lido, fica uma mancha que nunca mais nos abandona, de tão bonito que é!

E para vocês, o que é um livro alternativo?

(Con)Textos XIII

«Não te procurei porque procurar-te me daria a exacta dimensão da tua ausência, poderia vaguear minutos horas, procurar-te quem sabe chamar por ti dizer o teu nome, saberia eu que de pouco me adiantava, seria isto pergunta ou a exacta dimensão afirmação de que não te encontras.
Mal tu sabes não tiveste tempo de saber, o que pode ser uma hesitação tão estúpida entre caminhar entre os nossos destroços ou deixar-me ficar
Sentado
Encostado à banca da cozinha
Absorto a acender mil vezes o isqueiro
Reduziste-me afinal a estes passos desencadeados, todas as minhas dúvidas do momento estão aqui, sento-me, levanto-me, para quê sentar-me levanto-me para ir para onde, o cão sempre atrás de mim quer-me parecer que te procura num gesto que eu possa fazer, o cão que não sabe nunca soube dizer o teu nome mas para quem toda a vida eras tu, seremos afinal tão diferentes é o que me resta perguntar quando afinal como ele, tal como ele, também não sei já dizer o teu nome, falta-me o pormenor que te define mesmo, um detalhe para que sejas absolutamente
exacta, clara
a inveja que tenho de quem sabe traduzir.»
Rodrigo Guedes de Carvalho, A Casa Quieta

Depois de um trailler simplesmente fenomenal e de uma campanha de marketing extraordinária, "Elizabeth-The Golden Age", parece um caso simples de ditado popular: muita parra, mas pouca uva.

Para uma aficcionada de romances históricos, tenho de admitir que consolei as vistinhas com o fantástico guarda roupa, cenários e paisagens de outros tempos. Mas em termos de história, o verdadeiro sumo que compõe a película, tenho de admitir que fiquei completamente desapontada.
Anunciado como a sequela de Elizabeth (1998), este filme não é mais que uma repetição com alguns novos pormenores à mistura: nomeadamente um Clive Owen melhor que nunca!

Vamos a pormenores: para uma sequela, o filme não começa exactamente onde o outro acabou! Em primeiro lugar, voltam a querer casar a raínha, quando ela já tinha decidido ser a raínha virgem! Em segundo lugar, voltam a matar a Maria da Escócia, prima de Elizabeth, e sucessora do trono em caso de morte desta (e digo "voltam a matar", porque no primeiro filme a senhora interpretada pela fantástica Fanny Ardant, já tinha sido assassinada).
A partir daqui, já não é uma sequela!
Para além de tudo isto, o guião do filme deu origem a um livro (que no fundo já estava escrito!). Livro esse que é um retrato da época Isabelina. Ora, esse tempo está amplamente romanceado nos livros de Robin Maxwell, uma escritora apaixonada por Isabel I, que escreveu a sua história. Apesar do filme não aparecer como sendo baseado nos livros da autora, parece-me que alguns aspectos foram retirados ao estilo "copy, paste" do livro: "O Bastardo da Raínha": por exemplo a cena do vidente, e a cena em que Clive Owen salva a Inglaterra a bordo de um navio incendiário. Sei perfeitamente que estes aspectos são comprovados historicamente, e portanto acessíveis a quem os quiser procurar. Mas as semelhanças com o livro de Robin Maxwell são espantosas!

Não estou a dizer que o filme é mau. Longe disso. A exploração da vida de uma raínha que subiu tão alto, para apenas ficar distanciada de todos. Tão longe que arrefeceu para a vida. A exploração de uma vida parca em calor humano, tão necessário à existência. A luta pela sobrevivência de uma mulher que ousou desafiar todos, inclusivamente a igreja católica. Tudo aspectos tão bem explorados, que chegamos ao fim com o desejo de abraçar aquela mulher, só para lhe dizermos que a compreendemos, e que estamos ali para o que for preciso.
São de destacar os aspectos gráficos e a fotografia. Temos filmagens fabulosas, especialmente quando aparece a armada espanhola, que nos atacam com uma força surpreendente, pelo poder que encerram.
E claro, temos desempenhos muitos bons de Cate Blanchett, Clive Owen e Geoffrey Rush.

Temos tudo isto, mas tal como disse, este filme não é uma sequela. E não tem o arrojo do seu antecedente "Elizabeth (1998)", que é um filme simplesmente maravilhoso.
Honestamente não compreendo o realizador, para repetir o seu trabalho 10 anos depois. Afinal, para quê fazer outra vez o que já foi bem feito, e porque não continuar o trabalho para algo que ainda ninguém concretizou!

Uma coisa é certa, apesar de tudo, este filme merecia o óscar de "melhor citação do ano" (inventei agora, porque merece mesmo!). A certa altura Elizabeth diz com ar grave: "A bordo dos navios espanhóis vem a inquisição. E se perdermos, quando eles cá chegarem, acabou a liberdade em Inglaterra." Eles não chegam lá. E ainda bem que não, porque o reinado de Elizabeth foi um dos mais longos e mais prósperos que a Inglaterra teve. E sabe Deus a falta que fazia outra dama de ferro!

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