«Era uma pessoa soberana por dentro, e isso é muito raro hoje; ser independente, tanto em mulheres como em homens, é uma qualidade rara. Parece que não é uma questão de origem e de situação. Não era possível ofendê-la, ou colocá-la numa situação que a embaraçasse, não suportava as limitações, em nenhum sentido. E ainda sabia algo mais que é raro num carácter feminino: conhecia a responsabilidade dos seus próprios valores humanos. Lembras-te quando nos encontrámos pela primeira vez no quarto, junto da mesa ampla, onde estavam espalhadas as partituras e cadernos do pai: Krisztina entrou e o quarto pequeno e escuro, de repente encheu-se de luz. Não foi só a juventude que ela trouxe consigo, não. Trouxe também a paixão, o orgulho, a consciência soberana dos sentimentos incondicionais. Nunca conheci nenhuma outra pessoa que fosse capaz de responder tão plenamente a tudo o que o mundo e a vida lhe ofereciam: à música, a um passeio na floresta matinal, à cor e ao perfume de uma flor, à palavra sábia e justa duma pessoa. Ninguém sabia tocar num tecido fino, ou num animal daquela maneira, como a Krisztina. Não conheci ninguém que fosse capaz de se alegrar com as coisas mais pequenas da vida, como ela: pessoas e animais, estrelas e livros, interessava-lhe tudo, sem ser presunçosa, nem se armar em sabichona, mas aproximava-se de tudo o que a vida lhe dava e mostrava, com a alegria incondicional duma criatura que veio ao mundo para desfrutá-lo. Como se tivesse uma ligação íntima com todos os fenómenos do mundo, percebes?»Etiquetas: (Con)Textos
É verdade, ainda cá estamos...
Não podiamos ir de férias sem antes dar esta notícia...
As novidades estão todas no site da Amazon, que já anda a vender o livro à meses...
Ai que emoção!!! Ai que alegria!!!
Mal podemos esperar!
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A melhor escrita, é aquela que consegue transmitir o que realmente se passa na alma de quem escreve. Daí que seja difícil escrever um bom texto, pois é complicado articular a velocidade do pensamento com a beleza do que se está a escrever. Etiquetas: (Con)Textos
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, nasceu no Porto, no seio de uma família burguesa, em 1799. «O livro Viagens na Minha Terra, publicado em 1846, é o ponto de partida da moderna prosa literária portuguesa: pela mistura de estilos e de géneros, pelo cruzamento de uma linguagem ora clássica ora popular, ora jornalística ora dramática, ressaltando a vivacidade de expressões e imagens, pelo tom moralizante do narrador, Garrett libertou o discurso da pesada tradição clássica, antecipando o melhor que a este nível havia de realizar Eça de Queirós.
Mas a obra vale também pela análise da situação política e social do país e pela simbologia que Frei Dinis e Carlos representam: no primeiro é visível o que ainda restava de positivo e negativo do Portugal velho, absolutista; o segundo representa, até certo ponto, o espírito renovador e liberal. No entanto, o fracasso de Carlos é em grande parte o fracasso do país que acabava de sair da guerra civil entre miguelistas e liberais e que dava os primeiros passos duma vivência social e política em moldes modernos.» Fonte: Wikipédia
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Fazendo minhas as palavras de Pamuk, hoje terminei o livro que mudou a minha vida!
inacreditável funcionamento deste Nosso Mundo.Etiquetas: Análise
Face a acontecimentos preocupantes nos blogs daqueles q nos visitam (leia-se "Porque sim e Porque não"), resolvemos tomar medidas drásticas: estamos a copiar o blog para um documento de word.
Não podemos deixar morrer o nosso menino, a nossa criação, assim à vontade do ciberespaço!
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«Na vida, concluiria um dia, todos têm direito a um grande amor. Uns achá-lo-iam num cruzamento perdido e com ele seguiriam até ao fim do caminho, teimosos e abnegados, até que a morte desfizesse o que a vida fizera. Outros estavam destinados a desconhecê-lo, a procurarem sem o descobrirem, a cruzarem-se numa esquina sem jamais se olharem, a ignorarem a sua perda até desaparecerem na neblina que pairava sobre o solitário trilho para onde a vida os conduzira. E havia ainda aqueles fadados para a tragédia, os amores que se encontravam e cedo percebiam que o encontro era afinal efémero, furtivo, um mero sopro na corrente do tempo, um cruel interlúdio antes da dolorosa separação, um beijo de despedida no caminho da solidão, a alma abalada pela sombria angústia de saberem que havia um outro percurso, uma outra existência, uma passagem alternativa que lhes fora para sempre vedada. Esses eram os infelizes, os dilacerados pela revolta até serem abatidos pela resignação, os que percorrem a estrada da vida vergados pela saudade do que poderia ter sido, do futuro que não existiu, do trilho que nunca percorreriam a dois. Eram esses os que estavam indelevelmente marcados pela amarga e profunda nostalgia de um amor por viver.
A vida é realmente um caldeirão de mistérios, a começar pelos mais simples, pelos mais ingénuos e inocentes, por aqueles que estão na génese da nossa existência.»
Pelas palavras de José Rodrigues dos Santos, no livro "A Filha do Capitão", Gradiva.
Etiquetas: (Con)Textos
«"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."»
Etiquetas: Poesia
Nunca Conhecemos Verdadeiramente os Nossos Vizinhos!
5 comentários Publicada por Miss Alcor à(s) 10:44 a.m.
Simon Beckett é um autor que rapidamente mobilizou a tenção de um público internacional com este seu primeiro thriller, A Química da Morte, protagonizado por um especialista em antropologia forense.Após a perda da mulher e da filha de seis anos, David Hunter escolhe refugiar-se numa aldeia isolada de Norfolk, a tratar dos vivos, tentando esquecer a sua tragédia pessoal. Simon Beckett, numa escrita trnsparente e liberta de lugares comuns, recorre a um cenários propício ao desenrolar da intriga arrepiante: terrenos pantanosos, sol escaldante, e uma pequena comunidade a viver naquele isolamento… Quando os corpos começam a aparecer, a polícia local, conhecedora do passado profissional de Hunter irá inevitavelmente ter com o novo médico da aldeia. Os seus conhecimentos de medicina forense tornam-se indispensáveis para ajudar a revelar os segredos que aqueles corpos ocultam.
"Um corpo humano inicia a sua decomposição qutro minutos após a morte. O corpo, outrora o invólucro da vida, sofre então as suas derradeiras metamorfoses. Começa a digerir-se. As células dissolvem-se de dentro para fora. Os tecidos liquefazem-se, primeiro, e gaseificam-se, depois. Já sem estar animado, o corpo torna-se banquete imóvel para outros organismos. Primeiro as bactérias, depois os insectos. As moscas. Os ovos são depositados e depois eclodem. As larvas alimentam-se do rico caldo de nutrientes; em seguida migram. Abandonam o corpo de um modo ordeiro, umas atrás das outras numa procissão que se dirige sempre para sul. Sudeste ou Sudoeste, por vezes, mas nunca para Norte."
Fonte: Beckett, Simon (2006).A Quimica da morte.Editorial Presença
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No sábado passado fomos, finalmente (e mesmo a tempo porque era o dia de encerramento), ao Mercado do Livro, no Mercado Ferreira Borges, no Porto. Eu a minha querida Alcor, de olhos febris a calcorrear os molhos de livros, a afagar lombadas e a ler sinopses. Foi um regalo para os olhos e para a carteira... A Alcor trouxe "O Cego de Sevilha" de Robert Wilson e eu o "Middlesex" de Jeffrey Eugenides. Cada um a 5€, em vez dos 24,40€ e 24,95€, respectivamente a que estão a ser vendidos nas lojas.Etiquetas: Erratas
Três considerações a propósito da Fórmula de Deus de José Rodrigues dos Santos:1. Confesso que gosto dos chamados livros de leitura fácil. Gosto de um livro que se leia a um ritmo agradável, que esteja escrito com uma linguagem simples e que conte uma boa história, em particular quando esse livros para além de entreter também ensina.
2. Mais do que escritor ou jornalista, José Rodrigues dos Santos é um bom professor. Ainda que o veículo da informação, Tomás, seja um Indiana Jones à Portuguesa (mais polido que no Codex 632), a obra em questão tem uma dupla função – de entretenimento e pedagógica – e soa como um repto ao interesse pela matemática e física. Com palavras simples e exemplos ilustrativos são descritas teorias científicas de um modo acessível e com o rigor esperado: o Big Bang e o Big Crunch, o Gato de Shrödinger, os Teoremas da Incompletude de Gödel, entre outras.
3. A amalgama de tiroteio, códigos e cifras, relações humanas, prisões iranianas e paisagens tibetanas são o pano de fundo desta história que surpreende pela possíbilidade que apresenta de intrincar teorias e cadeias de acontecimentos de várias áreas de conhecimento de uma forma tão complexa e credível.
O livro pode ser simples, a leitura pode ser fácil. Pois eu gostei muito!
Boas leituras,
Mizar
O Mapa tirei daqui.
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